
Fonte: Agência Marinha de Notícias
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Em outubro deste ano, 181 cientistas brasileiros embarcarão no Navio de Apoio Oceanográfico “Ary Rongel” e no Navio Polar “Almirante Maximiano” rumo à Antártica, com o objetivo de desenvolver 26 projetos de pesquisas selecionados por edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O número de pesquisadores apoiados pelo Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), nesta nova edição da Operação Antártica, é 32% maior do que dois anos antes, o que requer ainda mais investimentos.
Para apresentar os resultados da última viagem científica e as necessidades de recursos para a sustentabilidade do PROANTAR, a Marinha do Brasil (MB) recebeu deputados e senadores da Frente Parlamentar Mista de Apoio ao Programa Antártico Brasileiro, em encontro que aconteceu nesta quarta-feira (17), na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). Na ocasião, eles puderam conhecer os projetos com os quais contribuem por meio de emendas e conversar com pesquisadores de universidades e instituições renomadas na área da ciência.
Status do Brasil no Tratado da Antártica
Segundo o Secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), Contra-Almirante Ricardo Jaques Ferreira, o trabalho científico na região, financiado com apoio dos parlamentares, é fundamental para que o Brasil mantenha seu atual status no Tratado da Antártica. “É por causa dessas pesquisas que permanecemos como parte consultiva no acordo internacional. Isso nos permite ampliar nossa presença na Antártica e garante o direito de decidir o futuro daquele continente”, afirmou.
Por estar presente no continente gelado com a Estação Antártica Comandante Ferraz, mantida pela MB na Ilha Rei George, e por desenvolver pesquisas científicas relevantes no local, o País conquistou o direito à plena participação nos processos decisórios sobre o futuro da região. Ele foi elevado a membro consultivo do Tratado da Antártica em 1983, embora tenha aderido ao acordo internacional em 1975. Além dele, apenas 28 outros países possuem essa mesma prerrogativa.
Intensificação das pesquisas
O Presidente da Frente Parlamentar Mista, Deputado Federal José Rocha, considera o PROANTAR um dos mais notórios programas científicos do País. “É um trabalho que poucos países desenvolvem e o Brasil tem na Marinha esse apoio e essa dedicação. Como parlamentares, nos sentimos na obrigação de dar todo o suporte, no sentido de emendas parlamentares, sejam individuais, de comissão ou de bancada, para que essas pesquisas sejam intensificadas e continuem descobrindo coisas importantes que precisamos conhecer.”
Dentre as descobertas, os estudos desenvolvidos no continente gelado evidenciam a conexão entre diferentes regiões do planeta e como elas podem impactar-se mutuamente. Segundo o Presidente do Grupo de Especialistas em Cultura Oceânica da UNESCO e professor da Universidade Federal de São Paulo, Ronaldo Christofoletti, presente ao encontro, essa interdependência torna-se ainda mais evidente ao se analisar as massas de ar frio que sobem pelo oceano e influenciam diretamente o clima no Brasil, sobretudo nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, com reflexos que vão da saúde pública ao agronegócio.
“Entender essa conexão direta da Antártica que passa pelo oceano e toda a importância da Amazônia Azul e da Economia Azul no nosso território é essencial, ainda mais nesse momento de mudança de clima. Então, todos os projetos de pesquisa que trabalham em todas as dimensões, da social, da saúde, da biológica, da geológica, com todos os organismos da hidrodinâmica, eles contribuem para que a gente possa ter um conhecimento e uma vida melhor no nosso País, a partir do entendimento de que estamos conectados”, explica Christofoletti.
Sobre o Programa Antártico Brasileiro
Os cientistas responsáveis por essas pesquisas são apoiados não apenas pelo transporte em navios da MB, mas também por toda a infraestrutura mantida pela Força Naval brasileira no local, por meio da Estação Antártica Comandante Ferraz. Essa base permanente conta com alojamentos e laboratórios, de química, microbiologia e de bioensaios, mantidos com recursos públicos, como as emendas parlamentares individuais, responsáveis pelo aporte de R$ 2,25 milhões para a próxima Operação Antártica.
Além do apoio do Congresso, a atuação conjunta da Marinha do Brasil, Ministério das Relações Exteriores, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima contribuem para o sucesso desse programa de mais de 40 anos.
Fonte: Agência Marinha de Notícias
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