Os danos causados pelas fortes chuvas que caíram em Petrópolis (RJ) no início da semana sensibilizaram não somente a população da Região Serrana, mas também todo o Brasil. O temporal de terça-feira (15) deixou o município devastado e a população desolada com tantos mortos e desabrigados. As consequências da intensa chuva só puderam ser identificadas na manhã seguinte (16), inclusive com a declaração do estado de calamidade pública pelo prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo. Imediatamente, após a repercussão da situação, a Marinha do Brasil (MB) se mobilizou para subir a serra e auxiliar a população petropolitana. Ainda na manhã de quarta-feira (16), uma equipe de Fuzileiros Navais chegou na cidade a fim de identificar os pontos mais atingidos e possíveis locais para a instalação de um hospital de campanha. Essa avaliação também foi feita por uma aeronave SH-16, da MB, que se deslocou da Base Aérea de São Pedro da Aldeia (RJ) e está pronta para os apoios aéreos necessários. O Diretor do Centro de Medicina Operativa da Marinha, Capitão de Mar e Guerra Médico Kleber Coelho de Moraes Ricciardi, explicou como será o funcionamento do hospital – localizado no SESI Petrópolis, Rua Binge, 130 -, que iniciou os atendimentos às 15h de hoje (17). “Estamos aqui para apoiar a estrutura de saúde local realizando atendimentos clínicos, laboratoriais, odontológicos, pediátricos, ortopédicos e pequenos procedimentos. Assim, deixamos os atendimentos de maior complexidade para os hospitais previamente estabelecidos”. Os militares da Marinha que já se encontravam na cidade iniciaram os trabalhos, ainda na madrugada do dia 16, no apoio à população e na desobstrução das vias com a utilização de motoserras. Os caminhões, retroescavadeiras e o material para a instalação do hospital de campanha chegaram na manhã de hoje (17). São cerca de 60 viaturas e 300 militares mobilizados, entre Fuzileiros Navais, médicos, enfermeiros e farmacêuticos. A capacidade da MB de atuar em situações de emergência possibilitou que o hospital de campanha fosse montado rapidamente, com 12 leitos de enfermaria e três estações de atendimento ambulatorial. Ambulâncias da Marinha também prestam apoio. Presente na cidade, o Capitão de Mar e Guerra Fuzileiro Naval Glaucio Rodrigues Junior, Comandante do Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais estabelecido em Petrópolis, destacou que a experiência adquirida pelos militares em catástrofes, como os terremotos ocorridos no Haiti e no Chile, em 2010, e nas enchentes que atingiram a Região Serrana do Rio de Janeiro, em 2011, possibilitaram uma rápida mobilização dos meios e pessoal. “Com os equipamentos de engenharia estamos atuando, desde a nossa chegada, na desobstrução de vias, melhorando a trafegabilidade das áreas atingidas, além de participar com a nossa tropa no recebimento de doações”, complementou.
Enchentes de 2011
Em 2011, após uma forte chuva que atingiu principalmente a cidade de Nova Friburgo (RJ) e deixou quase 35 mil desabrigados, a Marinha do Brasil também se mobilizou e montou um hospital de campanha na cidade. Ao final de 11 dias de funcionamento do hospital, foram contabilizados 2.200 atendimentos realizados pelas equipes médicas. Na ocasião, também foram prestados apoios no transporte de suprimentos aos locais mais atingidos e aos postos de coleta de doações, bem como o transporte aéreo de equipes de resgate do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil, que foram feitos por uma aeronave UH-14 “Super Puma” e dois UH-12 “Esquilo”.
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