Marinha

A atuação da Marinha em 2025 para além dos números

Se o oceano é a fronteira do futuro, em 2025 a Marinha do Brasil (MB) foi o mapa, o escudo e a bússola dessa jornada. Mais do que datas em um calendário, o ano reafirmou a nossa vocação natural, consolidando a visão de que o desenvolvimento e a soberania do País passam, inevitavelmente, pelo mar.

Foi um período em que a defesa se construiu com a rigidez do aço, presente em submarinos e fragatas, e com o calor da solidariedade, nas mãos que salvaram vidas de norte a sul. Nesta retrospectiva, convidamos você a navegar pelas histórias que transformaram a nossa imensidão azul na maior certeza de futuro para a Nação.

 
O Brasil ficou maior e mais azul

O ano começou com uma vitória histórica na Organização das Nações Unidas (ONU). Em março, foi reconhecida a ampliação de 360 mil km² da nossa plataforma continental brasileira na Margem Equatorial. O Brasil cresceu no mapa, e a legislação acompanhou esse movimento com a nova Política Marítima Nacional e a criação da Frente Parlamentar da Economia do Mar.

Para organizar toda a riqueza marítima brasileira, o Planejamento Espacial Marinho avançou para a região mais movimentada do País. Em outubro, foi formalizada a sua implementação no Sudeste, com o objetivo de ordenar o uso do espaço marítimo entre turismo, pesca, transporte e energia.

O tema também ganhou novos espaços e visibilidade pública. O assunto invadiu a cultura pop, com documentários em streaming e a campanha “O mar está em tudo”. A demarcação da Amazônia Azul chegou até aos mapas meteorológicos da TV brasileira, garantindo que a sociedade visualize a grandeza de seu território.

Da selva à COP30

Em 2025, a Marinha manteve atuação abrangente. Nos rios, a fiscalização foi intensificada contra ilícitos ambientais, resultando em apreensões expressivas de minério e madeira no Pará e em Rondônia. A inteligência naval também se mostrou decisiva em junho, na interceptação de um semissubmersível utilizado pelo tráfico de drogas na costa paraense.

O destaque operacional ocorreu em Belém (PA). Para garantir a segurança da COP30, a MB executou sua maior mobilização logística do ano. O Navio-Aeródromo Multipropósito “Atlântico” liderou a Operação “Atlas”, transportando tropas e materiais ao Porto do Itaqui (MA). Sob o Comando Conjunto “Marajoara”, navios, aeronaves e tropas especializadas atuaram na proteção do evento climático global.

Essa prontidão também foi acionada em emergências. Durante as cheias no Rio Grande do Sul e no desabamento da Ponte Juscelino Kubitscheck de Oliveira, na divisa entre Maranhão e Tocantins, a Força atuou prontamente no suporte à Defesa Civil e no resgate de civis.

Soberania e renovação da Esquadra

O ano foi decisivo para a atualização do Poder Naval. O Programa de Submarinos viveu um ciclo intenso com a expansão da infraestrutura em Itaguaí (RJ) e a ativação do Estaleiro de Manutenção. Operacionalmente, o Submarino “Humaitá” realizou patrulha na Margem Equatorial, enquanto o Submarino “Tonelero” foi entregue ao Setor Operativo e o Submarino “Almirante Karam” lançado ao mar.

Na superfície, a renovação avançou com o batimento de quilha da Fragata “Cunha Moreira”, o lançamento da Fragata “Jerônimo de Albuquerque” e o início dos testes de mar da Fragata “Tamandaré”. O fortalecimento da construção naval no País seguiu com os Navios-Patrulha “Mangaratiba” e “Miramar”.

A capacidade de combate incorporou novas tecnologias. Houve o lançamento inédito do míssil anticarro MAX 1.2 AC (100% brasileiro) e a validação logística do Míssil MANSUP, transportado em aeronave KC-390. A guerra não tripulada ganhou estrutura com a ativação do 1º Esquadrão de Aeronaves Remotamente Pilotadas (ScanEagle) e testes de drones táticos.

Presença no Brasil e no mundo

A atuação estratégica da MB ultrapassou fronteiras. Na África, a Força estreitou laços com a Namíbia e São Tomé e Príncipe, exportando doutrina e apoio técnico. No Oceano Índico, o Brasil assumiu pela quarta vez o comando da força-tarefa antipirataria CTF-151. A diplomacia naval também se destacou com a reeleição do País para o Conselho da Organização Marítima Internacional (IMO) e a liderança na elaboração do primeiro “Manual de Artilharia da ONU”.

Segurança da navegação

A segurança no mar e nos rios foi prioridade absoluta. A Operação “Navegue Seguro 2025” realizou 30 mil inspeções, enquanto grandes eventos em Copacabana, no Rio de Janeiro e o Círio de Nazaré, no Pará, contaram com esquemas especiais de ordenamento do tráfego aquaviário.

A resposta a emergências salvou vidas. Ocorreram resgates complexos, como o de tripulantes à deriva no Amapá, pescadores no Pará e o transporte aeromédico de um recém-nascido no Pantanal. Para prevenir acidentes, a Força intensificou o levantamento hidrográfico na Amazônia, vital diante da seca, e instalou gratuitamente coberturas de eixo em barcos ribeirinhos.

O fator humano e o esporte

A tripulação de 2025 refletiu a evolução da Força, com o protagonismo feminino alcançando posições inéditas. O ano registrou a primeira praça feminina tripulante do Navio-Veleiro “Cisne Branco”, as primeiras Suboficiais no Quadro de Músicos e a promoção simultânea de quatro médicas ao generalato.

O desempenho individual projetou a Marinha no cenário esportivo. O Sargento Alison dos Santos, o “Piu”, conquistou o ouro olímpico nos 400m com barreiras, enquanto o Sargento Roberto Stael estabeleceu recorde sul-americano ao completar o Deca Ironman. A equipe de ginástica rítmica também obteve resultados expressivos em competições mundiais.

Oportunidades, Educação e Cultura

A Marinha manteve-se como um mar de oportunidades, lançando editais para todos os níveis de escolaridade. Foram abertas vagas para o Corpo de Fuzileiros Navais, Escolas de Aprendizes-Marinheiros, Escola Naval e quadros técnicos, além de processos seletivos para o Serviço Militar Voluntário e cargos civis via Concurso Nacional Unificado.

Na área cultural e histórica, a Força inovou. A campanha digital “Sai da Tela e Bora pro Mar” e o lançamento da Rádio Marinha FM em Brasília (DF) aproximaram a instituição do público jovem. A preservação da memória foi marcada pela localização dos destroços do Navio-Auxiliar “Vital de Oliveira”, torpedeado na Segunda Guerra, e pela volta à navegação do histórico Vapor “Benjamim Guimarães”.

O ano encerrou celebrando a essência do marinheiro com o centenário do Dia do Marinheiro, reforçando que a MB segue, em 2026, protegendo nossas riquezas e cuidando da nossa gente.

Fonte: Agência Marinha de Notícias
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