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Iate Clube de Brasília – ICB 1960 a 2021: 61 Anos de Conquistas e Realizações

O PRENÚNCIO

A história do Iate Clube de Brasília está intrínseca e indissoluvelmente ligada às origens e à construção da Nova Capital e até mesmo, nasceram com pequena diferença de dias.

Em 12 de setembro de 1959, dia do aniversário de Juscelino Kubitschek – JK, onze pioneiros se reuniram na Sede Social do Clube Paranoá, com o propósito de fundar o Iate Clube de Brasília – ICB mas, sua fundação vai ocorrer em 5 de Abril de 1960. Já a Nova Capital Federal – Brasília, é inaugurada no dia 21 de Abril do mesmo ano, em alusão à morte do mineiro Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.

Prontamente, o Iate passa a ser um dos poucos espaços de convivência e lazer da cidade quando esta, ainda não passava de um verdadeiro canteiro de obras. Para o presidente Juscelino Kubitschek, o ambiente do Iate Clube, era como ‘*a sala de visitas da nova capital’ [1], tornando-se o ponto de encontro de familiares e amigos, vindos de várias partes do país em busca de um sonho e esperança no futuro, essência e força motriz que perdura até os dias de hoje entre os seus associados. De fato, a criação de uma sociedade recreativa, à beira do Lago Paranoá estava prevista na origem do projeto urbanístico de Lúcio Costa para a cidade, conforme orientações do Presidente JK.

* ver legenda no final da matéria

PRIMEIRA PARTE

Fundação de Brasília – Bandeira de Brasília – Dom Bosco – Realização do Sonho – Lago Paranoá – Discurso de JK

CRONOLOGIA DA CONSTRUÇÃO DE BRASÍLIA, A“CAPITAL DA ESPERANÇA*”

**[…] “Profusa radiação de luz […] Deste Planalto Central, Brasília estende aos quatro ventos as estradas da definitiva integração nacional” […]

  • O nome “Brasília”- versão de Brasil em latim – surgiu muito antes da construção da cidade. Foi sugerido em 1821por José Bonifácio de Andrada e Silva, naturalista e político brasileiro, conhecido como “Patriarca da Independência”, para designar a capital do país, ;
  • No dia 30 de agosto de 1883 São João Bosco, santo italiano fundador da Congregação dos Salesianos, previu a construção de Brasília que, se tornaria a Capital do Terceiro Milênio;
  • Em 1892, Luiz Cruls, engenheiro e astrônomo belga, chefiou uma expedição para desbravar o Planalto Central brasileiro em busca de uma nova sede para a capital da Federação;
  • O primeiro a perceber o potencial hídrico que alimentava o Planalto Central, foi o botânico francês Auguste François Marie Glaziou, no século XIX;
  • A primeira iniciativa promovida para o Governo Federal do Brasil, cuja viabilidade de implantação tenha sido comprovada, com a presença do lago artificial, foi elaborado em 1955, um ano antes do registro do concurso, a pedido do marechal José Pessoa, presidente da Comissão de Localização da Nova Capital do Brasil. O anteprojeto foi desenvolvido pelos engenheiros Raul Penna Firme, Roberto Lacombe e José de Oliveira Reis e, denominava-se Projeto Vera Cruz. A designação dada pelo marechal José Pessoa, faz alusão ao primeiro nome dado pelos portugueses ao Brasil.
  • Em setembro de 1956 por determinação do presidente JK, a ideia começa a se materializar. É feita a publicação do edital para o “Concurso Nacional do Plano Piloto da Nova Capital do Brasil” no Diário Oficial da União,;
  • Neste mesmo ano, com o terreno demarcado no interior de Goiás, o presidente da República JK, encaminhou ao Congresso Nacional a “Mensagem de Anápolis”, que propunha o nome Brasília para a nova capital;
  • O projeto do arquiteto e urbanista Lúcio Costa (2) foi o de número 22 no Concurso do Plano Piloto da Nova Capital e, derrotou outros 25 perante um júri internacional, em março de 1957. O Projeto expressava “a grandeza de uma vontade nacional” como determinava o edital;
  • A capacidade de persuasão do projeto de Lúcio Costa e seu relatório justificativo foram fundamentais para a vitória, chamando a atenção do júri ao colar em sua proposta a nova arquitetura vigente, os valores éticos, estéticos e históricos da criação da nova capital.
  • Apesar da crença popular que a cidade tenha sido inspirada em um avião, uma borboleta ou uma libélula, a organização dos dois eixos principais foi pensada para formar uma cruz – um deles, porém, curvado para se adaptar a região e ao relevo, formando o desenho que foi executado, conforme explica o próprio autor: “Nasceu do gesto primário de quem assinala um lugar ou dele toma posse: dois eixos que se cruzam em ângulo reto, ou seja, o próprio sinal da cruz(2). No eixo arqueado, chamado de Eixo Rodoviário, concentra a região residencial, ligada por estradas de alta velocidade e outras para o tráfego local. No eixo reto, denominado Eixo Monumental, ficam os setores do governo, com destaque formal a uma praça triangular que, Lúcio Costa chamou de Praça dos Três Poderes, destinada aos edifícios dos três poderes supremos: o Palácio do Congresso no vértice, e na base do triângulo, o Palácio do Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto.
  • Em 1987, a cidade foi inscrita pela UNESCO na lista do Patrimônio da Humanidade e em 1990, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

** “Somente me abalancei a construí-la quando de mim se apoderou a convicção de sua exequibilidade por um povo amadurecido para ocupar e valorizar plenamente no território que a Providência Divina lhe reservara”.

BANDEIRA DE BRASÍLIA

A bandeira da Capital Federal, representa a cruz de Brasília ao centro; é composta por quatro flechas divergentes que remetem aos quatro pontos cardeais: Norte, Sul, Leste e Oeste. Simboliza a herança indígena e a força que emana do centro e segue em todas as direções. A imagem também faz alusão ao cruzamento entre o Eixo Monumental e o Eixo Rodoviário. O fundo branco, significa a paz pureza, espiritualidade e limpeza. É também chamada de “cor da luz” porque reflete todas as cores do espectro visível e portanto, simboliza a unificação. O verde e o amarelo foram especialmente escolhidas porque remetem à bandeira do Brasil.

DOM BOSCO

João Bosco nasceu em Becchi, norte da Itália, em 16 de agosto de 1815. Era de uma família humilde de camponeses. Órfão de pai aos dois anos, foi educado e catequizado por sua mãe, Margarida Occhiena, que apesar de ser analfabeta, era portadora de grande sabedoria e espiritualidade. Viveu sua infância e juventude e fez seus primeiros estudos em meio há muitas dificuldades. Em 1859, fundou a Sociedade São Francisco de Sales, cujos membros são conhecidos como Salesianos de Dom Bosco. Faleceu aos 72 anos em 31 de janeiro de 1888. Nesta data, passou a ser celebrado o seu dia. Foi canonizado pelo Papa Pio XI em 1934, 46 anos após a sua morte.

A PROFECIA

Disse-lhe uma voz repetidamente: “Entre os paralelos 15º e 20º havia um leito muito extenso, que partia de um ponto onde se formava um lago. Quando se vierem a escavar as minas escondidas no meio destes montes, aparecerá aqui a terra prometida, de onde jorrará leite e mel. Será uma riqueza inconcebível.” Tais palavras são consideradas como a profecia da construção de Brasília.

A REALIZAÇÃO DO SONHO

** “Cidade síntese, prenúncio de uma revolução fecunda em prosperidade”

Em 2 de outubro 2 de 1956, Juscelino embarcou com pequena comitiva num DC-3 da Força Aérea Brasileira e foi conhecer o lugar onde Brasília seria edificada. O avião desceu numa precaríssima pista de 2 mil metros, rasgada dias antes pelo vice-governador de Goiás, o engenheiro agrônomo carioca Bernardo Sayão. Por ocasião dessa primeira visita, JK fez a seguinte proclamação:

“Deste planalto central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu país e antevejo esta alvorada com fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino”.

No ano de 1960, surgia na grandiosidade do planalto central a cidade que iria mudar os rumos da nação. Em pleno cerrado, o pais via Brasília crescer e com ela, o sonho de muitos brasileiros ser renovado. Junto com a cidade – ‘capital da esperança’- também nascia um lugar especial, o Iate Clube de Brasília – ICB, construído por aqueles que vieram ajudar a consolidar este sonho dos brasileiros e do presidente JK.

CERTIDÃO DE NASCIMENTO DO LAGO PARANOÁ

“Paranoá” é um vocábulo de origem tupi e, significa “enseada de mar”, através da junção dos termos paranã (“mar”) e kûá (“enseada”). O Rio Paranoá, banha o Distrito Federal. Em seu leito, foi construída, uma barragem que, deu origem ao Lago Paranoá.

A certidão de nascimento do Lago Paranoá é do dia 30 de setembro de 1956, dia da publicação do edital do concurso do Plano Piloto. A criação de um lago era exigência do concurso. Assim, todos os 26 projetos apresentados tinham no limite leste, a presença de um lago cujo nível das águas era a cota 1.000 ou seja, a superfície do lago ficaria a mil metros acima do nível do mar.

CONSTRUÇÃO DA BARRAGEM

A presença do lago é justificada não só como fator estético mas também, para aumentar a umidade do ar no seu entorno, diminuir a temperatura local e estabelecer uma fonte de lazer aos brasilienses. A construção da barragem no rio Paranoá começou em 1957 e as obras ficaram a cargo da empresa americana Raymond Concrete Pile Company of the Americas, a mesma que havia vencido a concorrência para entregar as estruturas metálicas dos edifícios da Esplanada dos Ministérios. Era a única empresa estrangeira que trabalhava na construção da capital. A barragem foi fechada em 12 de setembro de 1959 e, na inauguração de Brasília, o lago estava formado e, completamente cheio.

Construção da barragem do Lago Paranoá

Num contexto em que as obras se guiavam pelo “ritmo de Brasília”, onde em qualquer dificuldade, criava-se uma solução de emergência, o estilo de trabalho da empresa americana provocava atrasos constantes nas obras de construção da barragem. “A firma só sabia trabalhar segundo os métodos e os cronogramas norte-americanos”, dizia o Presidente que insatisfeito com o ritmo das obras, rescindiu o contrato e transferiu a responsabilidade pela construção da barragem para a Novacap, que dividiu o trabalho entre três construtoras: Camargo Corrêa, Rabello e Engenharia Civil e Portuária.

Ministérios em obra – 1959. Crédito Wikipidia

Para JK, era inconcebível a inauguração de Brasília sem o lago. “Como inaugurar Brasília sem o lago tão amplamente anunciado e que, além do mais, seria a moldura líquida da cidade?”, questionava.

Nessa época, os pioneiros, ou candangos como eram chamados, trabalhavam vinte e quatro hora por dia, em três turnos de oito horas, até mesmo nos sábados, domingos e feriados, para que Brasília, sonhada pelo Padre Bosco, pudesse ser realidade inegável, sob a grande força propulsora de JK. Tudo era poeira e progresso. Orgulhosos, viviam sob um slogan “Enquanto você dorme, Brasília cresce”. Operários que trabalharam na construção da barragem relatam que as comportas foram fechadas sem a represa estar pronta.

Regata no Lago Paranoá – 1960. Crédito: Wikimedia Commons. Fonte: Domínio público / Acervo Arquivo Nacional

*** “Caminhastes de qualquer maneira até aqui, por estradas largas e ásperas, porque ouvistes, de longe, a mensagem de Brasília; porque vos contaram que uma estrela nova iria acrescentar-se às outras vinte e uma, da bandeira da Pátria”.

Bandeira do Brasil, estrelas e constelações: explicação da estrela que representa Brasília. 7 Octans (Oitante)

**DISCURSO DE JUSCELINO KUBITSCHECHK NA INAUGURAÇÃO DA NOVA CAPITAL EM, 21 DE ABRIL DE 1960

Neste discurso, Juscelino sintetiza o destino da Nova Capital do Terceiro Milênio, vislumbrada por José Bonifácio de Andrada e Silva e, sonhada por Don Bosco. Em suas palavras, Brasília irá promover a unificação do País, trazendo o equilíbrio e a harmônia no progresso entre as diversas regiões brasileiras, liberando em ‘profusa radiação de luz’, uma excepcional força dos brasileiros, irresistivelmente construtiva,criativa e portanto, voltada para a prosperidade. Como ele próprio se refere, trata-se de uma oração que sintetiza e projeta para o futuro, a força propulsora que permeava o íntimo de todos que trabalharam pelo sonho do ‘milagre’ de Brasília: ‘o amanhecer da grande esperança’.

Crédito: O milagre de Brasília: o discurso de JK na inauguração da capital

21 de abril de 1960, quinta-feira no Planalto Central: o presidente Juscelino Kubitschek escrevia um capítulo marcante na história do Brasil: inaugurava a nova capital. Brasília, que era vista como uma utopia, se concretizava diante de 150 mil pessoas. Emocionado, JK proferiu seu discurso inaugural (3):

“Não me é possível traduzir em palavras o que sinto e o que penso nesta hora, a mais importante de minha vida de homem público. A magnitude desta solenidade há de contrastar por certo com o tom simples de que se reveste a minha oração.

Dirigindo-me a todos os meus concidadãos, de todas as condições sociais, de todos os graus de cultura que, dos mais longínquos rincões da Pátria, voltais os olhos para a mais nova das cidades que o Governo vos entrega, quero deixar que apenas fale o coração do Vosso Presidente.

Não vos preciso recordar, nem quero fazê-lo agora, o mundo de obstáculos que se afiguravam insuportáveis para que o meu Governo concretizasse a vontade do povo, expressa através de sucessivas constituições, de transferir a Capital para este planalto interior, centro geográfico do País, deserto ainda há poucas dezenas de meses.

Não nos voltemos para o passado, que se ofusca ante esta profusa radiação de luz que estais pisando as suas ruas, contemplando os seus belos edifícios, respirando o seu ar, sentindo o sangue da vida em suas artérias.

Somente me abalancei a construí-la quando de mim se apoderou a convicção de sua exequibilidade por um povo amadurecido para ocupar e valorizar plenamente no território que a Providência Divina lhe reservara.

Nosso parque industrial e nossos quadros técnicos apresentavam condições para traduzir no betume, no cimento e no aço as concepções arrojadas da arquitetura e do planejamento urbanístico modernos.

Surgira uma geração excepcional, capaz de conceber e executar aquela ‘arquitetura em escala maior, a que cria cidades e, não, edifícios’, como observou um visitante ilustre. Por maior que fosse, no entanto, a tentação de oferecer oportunidade única a esse grupo magnífico, em que se destacam Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, não teria ela bastado para decidir-me a levar adiante, com determinação inflexível, obra de tamanha envergadura. Pesou, sobretudo, em meu ânimo, a certeza de que era chegado o momento de estabelecer o equilíbrio do País, promover o seu progresso harmônico, prevenir o perigo de uma excessiva desigualdade no desenvolvimento das diversas regiões brasileiras, forçando o ritmo de nossa interiorização.

No programa de metas do meu Governo, a construção da nova Capital representou o estabelecimento de um núcleo, em torno do qual se vão processar inúmeras realizações outras, que ninguém negará fecundas em consequências benéficas para a unidade e a prosperidade do País.

Viramos no dia de hoje uma página da História do Brasil. Prestigiado, desde o primeiro instante, pelas duas Câmaras do Congresso Nacional e amparado pela opinião pública, através de incontável número de manifestações de apoio, sinceras e autenticamente patrióticas, dos brasileiros de todas as camadas sociais que me acolhiam nos pontos mais diversos do território nacional, damos por cumprido o nosso dever mais ousado; o mais dramático dever.

Só os que não conheciam diretamente os problemas do nosso Hinterland percebemos, a princípio, dúvida, indecisão. Mas no País inteiro sentimos raiar a grande esperança, a companheira constante em toda esta viagem que hoje concluímos; ela amparou-nos a todos, a mim e a essa esplêndida legião que vai desde Israel Pinheiro, cujo nome estará perenemente ligado a este cometimento, até ao mais obscuro, ao mais ignorado desses trabalhadores infatigáveis que tornaram possível o milagre de Brasília.

Em todos os instantes nas decepções e nos entusiasmos, levantando o nosso ânimo e multiplicando as nossas forças, mais de que qualquer outro amparo ou guia, foi a Esperança valimento nosso. Um homem, cujos olhos morreram e ressuscitaram muitas vezes na contemplação da grandeza – aludo, novamente, a André Malraux – viu em Brasília a Capital da Esperança.

Seu dom de perceber o sentido das coisas e de encontrar a expressão justa, fê-lo sintetizar o que nos trouxe até aqui, o que nos deu coragem para a dura travessia, que foi a substância, a matéria-prima espiritual desta jornada.

Olhai agora para a Capital da Esperança do Brasil. Ela foi fundada, esta cidade, porque sabíamos estar forjada em nós a resolução de não mais conter o Brasil civilizado numa fímbria ao longo do oceano, de não mais vivermos esquecidos da existência de todo um mundo deserto, a reclamar posse e conquista.

Esta cidade, recém-nascida, já se enraizou na alma dos brasileiros; já elevou o prestígio nacional em todos os continentes; já vem sendo apontada como demonstração pujante da nossa vontade de progresso, como índice do alto grau de nossa civilização; já a envolve a certeza de uma época de maior dinamismo, de maior dedicação ao trabalho e à Pátria, despertada, enfim, para o seu irresistível destino de criação e de força construtiva.

Deste Planalto Central, Brasília estende aos quatro ventos as estradas da definitiva integração nacional: Belém, Fortaleza, Porto Alegre, dentro em breve o Acre. E por onde passam as rodovias vão nascendo os povoados, vão ressuscitando as cidades mortas, vai circulando, vigorosa, a seiva do crescimento nacional.

Brasileiros! Daqui, do centro da Pátria, levo o meu pensamento a vossos lares e vos dirijo a minha saudação. Explicai a vossos filhos o que está sendo feito agora. É sobretudo para eles que se ergue esta cidade síntese, prenúncio de uma revolução fecunda em prosperidade. Eles é que nos hão de julgar amanhã.

Neste dia – 21 de abril – consagrado ao Alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, ao centésimo trigésimo oitavo ano da Independência e septuagésimo primeiro da República, declaro, sob a proteção de Deus, inaugurada a cidade de Brasília, Capital dos Estados Unidos do Brasil”.

De fato, a construção de Brasília teve um impacto importante na integração do Centro-Oeste à vida econômica e social do Brasil, sendo reconhecida por muitos autores como um dos mais importantes projetos urbanístico arquitetônicos da história, deixando entre nós uma marca indelével do que os brasileiros são capazes quando unidos diante de um Projeto Nacional.

*** “A vontade de Deus ergueu esta cidade. Com o pensamento na Cruz em que foi celebrado o Santo Sacrifício, peço ao Criador que mantenha cada vez mais coesa a unidade nacional, que nos dê sempre esta atmosfera de paz, indispensável ao trabalho fecundo e conserve em vós, obreiros de Brasília, o mesmo espírito forte com que erguestes a grande cidade”.

Segunda Parte

Fundação do ICB – Patrono – Construções Provisórias e Definitivas – Esportes Individuais e Coletivos – Complexo Aquático – Náutica – Conquistas Esportivas

FUNDAÇÃO DO IATE CLUBE DE BRASÍLIA

* “Ela é, de muito, a sala de visitas da nova metrópole. Pelos seus salões desfilam todas as gerações que vieram, com amor e bravura, plantar no coração do Planalto a cidade da esperança”.

Com esta vocação, em sendo a ‘sala de visitas da nova metrópole*’, sem perder a sua essência voltada para a união e o Progresso, gerando a prosperidade, o ICB vem exercendo plenamente o seu papel como, o ponto de encontro dos brasilenses. Em seu ambiente, muitas ideias criativas germinaram, movidas por uma ‘irresistível força construtiva enfim despertada’**”. Sua trajetória não poderia ser outra mas crescer, diversificar, proporcionando estrutura e ambiente saudável para a prática de vários esportes, atividades sociais e culturais enriquecedoras e libertadoras.

Sabedores da ideia do Presidente Juscelino Kubitschek de criar na cidade este espaço, voltado para recreação, esportes e congraçamento, formou-se o grupo inicial junto a outros pioneiros indicados pelo próprio Presidente JK. Estes pioneiros eram: Ernesto Silva, Leo Sebastião David, Caio Brandão Caiubi, Adeildo Viegas de Lima, Aloysio de Carvalho Silva, Agnelo Paz Sobreira, Antônio Alfredo Paranaguá de Almeida Brandão, Moacir Moreira de Andrade, Eloysio de Carvalho Silva, Francisco José Meinberg e Álvaro Alberto Sampaio.

Em 12 de setembro de 1959, foi registrada a Ata de Fundação, exposta no Memorial do Clube. Mas a fundação do Iate Clube, ocorreu veio a ocorrer no dia 5 de abril de 1960, em reunião realizada no Brasília Palace Hotel. Logo em seguida no dia 7, na primeira Assembleia Geral dos Fundadores com a presença de 25 membros, foi aprovado o Estatuto e, Juscelino Kubitschek eleito Patrono do Iate Clube de Brasília em reconhecimento a tudo que já havia feito pelo Brasil e por sua cumplicidade com os propósitos do ICB. Nesta ocasião, foi também formada a Comissão Organizadora, constituída por Geraldo Carneiro, Sylvio Pedrosa e Newton Andrade, a qual tinha como meta, levar adiante a organização e edificação do Clube.

Manter vivo na memória de todos, os nomes daqueles que participaram desta trajetória, construindo e fortalecendo o Iate Clube, é de fundamental importância. A marca de cada colaborador, fica de forma indelével registrada na trajetória do Clube. Juntos sonharam e idealizaram o plano. Após 61 anos de trabalho e dedicação, o Iate, seus associados, colaboradores e funcionários colhem os frutos plantados por seus antecessores.

**[…] “já a envolve a certeza de uma época de maior dinamismo, de maior dedicação ao trabalho e à Pátria, despertada, enfim, para o seu irresistível destino de criação e de força construtiva”.

Portanto, o Iate Clube de Brasília, é o resultado do esforço coletivo de seus sócios pioneiros que trouxeram dos estados de origem, seus esportes de paixão, da liderança de seus fundadores, comodoros, presidentes dos Conselhos, todos enfim que participaram direta ou indiretamente na sua edificação até os dias atuais. Cada qual no seu lugar, são peças fundamentais, os alicerces nos quais está sendo construída a história da instituição. Dedicaram parte de suas vidas planejando e criando cada detalhe do que é hoje um grande centro esportivo, de lazer e cultural. Como uma centelha de inspiração, ela se espalha com a entusiástica participação renovada de novas gerações, empenhadas nesta grande façanha, de aprimorar permanentemente as condições de convívio para os associados.

Fundadores do Iate Clube de Brasília – ICB. Crédito: Livro 60 anos

DEFINIÇÃO DO LOCAL IDEAL PARA A CONSTRUÇÃO DO CLUBE

**[…] “estabelecer o equilíbrio do País, promover o seu progresso harmônico, prevenir o perigo de uma excessiva desigualdade no desenvolvimento das diversas regiões brasileiras, forçando o ritmo de nossa interiorização”.

Após a criação do Iate Clube no papel, os fundadores começaram a trabalhar com o apoio do Presidente JK distribuindo-se missões para implantação do Clube. O primeiro passo e talvez um dos mais importantes, foi escolher o local ideal para a construção do Clube. No dia 30 de abril de 1960, o local ficou definido, sendo providenciada em seguida, a venda dos 100 primeiros títulos patrimoniais que permitiram o início das obras. Segundo o fundador Álvaro Alberto Sampaio, iniciaram-se neste momento, os esforços para obtenção do terreno que inicialmente, eram 40.000 m² doados pela Novacap, conforme resolução do Conselho de Administração, na sua 128° reunião. Hoje são150.000 m², divididos em quadras, campos de futebol, área náutica, salões de festas, muito verde e toda estrutura de um grande centro de lazer e esporte, com 3.797 sócios titulares: uma pequena cidade.


Escolha do local das primeiras obras do Iate com os fundadores Álvaro Alberto de Araújo Sampaio, Aloysio de Carvalho Silva, Antônio Cunha, Ângelo Paz Sobreira, Sylvio Piza Pedroza e, representando a Novacap, Francisco Meinberg em 30.04.1960. Cédito: Livro 60 Anos

As obras realizada na década de 1960 que, faziam parte do plano original do Clube, foram projetadas por Oscar Niemeyer, arquiteto e fundador do Iate Clube de Brasília.

Primeiras obras do Iate do Iate Clube de Brasília. Crédito: Divulgação ICB

SEDE NÁUTICA PROVISÓRIA

**[…] “consequências benéficas para a unidade e a prosperidade do País”.

O Iate Clube de Brasília inaugurou a Sede Náutica provisória e um pequeno bar náutico construído em madeira às margens do Lago Paranoá, no dia 25 de junho de 1960. Na mesma data, foi hasteada pela primeira vez, a bandeira do Brasil no Iate.

Inauguração da Sede náutica provisória com o 1º hasteamento da bandeira do Brasil. Crédito: Livro 60 Anos

Estiveram presentes, o Prefeito de Brasília Israel Pinheiro, o jurista Sobral Pinto, o 1º Vice-Comodoro Sylvio Piza Pedroza, o repórter fotógrafo da revista Manchete Jader Neves, os fundadores Álvaro Alberto de Araújo Sampaio, Aloysio de Carvalho Silva, Léo David, Carlos Murilo, Agnelo Paz Sobreira, além de sócios e convidados.

PRIMEIRAS INSTALAÇÕES DEFINITIVAS

Das primeiras instalações do Iate concluídas em 29 de janeiro de 1961, constavam na área náutica do Clube, um cais com 300m de extensão em forma de L e, uma garagem para barcos com 625m²; ginásio coberto para esportes, com área aproximada de 2.500m²; piscina infantil; alambrado; asfaltamento e urbanização interna; dois bares nas piscinas; a segunda sede social; piscina de adulto com 800 m² em forma de feijão e, duas quadras de tênis.

GINÁSIO

O Ginásio do Iate, projetado por Oscar Niemeyer, com 2.500 metros quadrados de área, foi palco de grandes bailes de Carnaval e também sediou importantes eventos esportivos, como o Campeonato Brasileiro de Voleibol Master 30+ e o Sul-Americano de Patinação Artística.

Entre as adequações ao longo do tempo que tornaram o ginásio referência na prática esportiva, lazer e cultural, pode-se destacar: telhas especiais, refletores em led, vestiários reformados, novo piso adequado ao uso em todas as modalidades de quadra, novas arquibancadas adaptadas para receber cadeirantes e sistema de som de última geração.

Construção do Ginásio. Crédito: Divulgação ICB

PISCINA SOCIAL

A Piscina do Feijão foi inaugurada no dia 23 de abril de 1961 com a apresentação de balé aquático, por atletas do Clube fluminense do Rio de Janeiro. Na solenidade, o Presidente do Conselho Deliberativo, Paulo de Tarso, recebeu de uma das integrantes do balé aquático, a flâmula do Clube Fluminense. Participaram da cerimônia o Comodoro Geraldo Carneiro, o Vice-Comodoro Sylvio Pedroza, autoridades, fundadores do Iate Clube, sócios e convidados.

Em 2001, a piscina foi totalmente reformada, preservando-se o desenho original que inspirou o seu nome. É hoje um dos pontos mais frequentados por sócios e convidados.

Inauguração da piscina do feijão. Crédito: Livro 60 Anos

ESPORTES INDIVIDUAIS E COLETIVOS: um passeio pelas múltiplas atividades esportivas desenvolvidas no ICB.

Quadra de Squash. Crédito: Livro 60 Anos

O Clube continuou diversificando suas atividades esportivas para atender a demanda eclética de seus associados. Alguns exemplos: Natação, Polo Aquático, Patinação Artística, Tênis, Futebol, Vôlei,Vôlei de Quadra e de Areia,Futevôlei,Tênis de Mesa, Beach Tennis, Judô, Basquete, Peteca, Clube de Corrida, Colônia de Férias, Patinação Artística, Jogos de Cartas e Eventos Culturais. Nesta linha de ação, ampliou e atualizou suas instalações e infraestrutura com as construções de: campos de futebol, duas piscinas semiolímpicas, rinque de patinação, tatame para a prática de artes marciais, criou espaço para a prática de tênis de mesa, ginásio para múltiplos esportes, quadras de Squash com piso flutuante que, possibilita maior absorção de impactos dos atletas durante o jogo, Espaço Sinuca, Espaço Saúde, Toboágua, Memorial do Milênio.

Memorial do Milênio. Crédito: Livro 60 Anos

MODALIDADES ESPORTIVAS EM DESTAQUES

1- BEACH TENNIS

O beach tennis chegou ao Iate Clube em 2011, sendo jogado, amadoramente, por um grupo de Iatistas. A partir de 2014, na gestão do então Comodoro Edison Garcia, foi criada a Vice-Diretoria de beach tennis. Hoje, o beach tennis faz parte do Setor Poliesportivo Sul graças ao apoio da Vice-Diretoria de Peteca e de seus jogadores, que concordaram em disponibilizar a princípio, duas quadras para a prática do esporte. Atualmente, o esporte conta com cinco quadras, frequentadas por aproximadamente 260 atletas. Nos últimos anos, o beach tennis representou o Iate Clube em eventos no Brasil e no exterior.

Equipe do Beach Tennis. Crédito: Livro 60 Anos

2- FUTEBOL

O futebol é um esporte com muitos adeptos. Praticado tanto por adultos como por crianças. Atualmente, o Clube conta com uma ótima estrutura de três campos de futebol. Um deles tem capacidade para jogos oficiais e os outros dois, são campos menores de futebol soçaite. O espaço possui ainda uma tribuna com churrasqueiras e banheiros na lateral do campo principal. As confraternizações, após as partidas, são muito animadas.

3- FUTEVÔLEI

O futevôlei é um esporte de integração que une nos finais de semana, atletas de diversas modalidades desportivas para, praticar esta popular modalidade no Brasil. O Iate sempre recebeu atletas de alto nível que abrilhantaram, com sua técnica, os campeonatos realizados no Clube. Cita-se a presença da dupla carioca Renan e Helinho, uma das mais fortes do país, que ficou com o título do Campeonato Brasiliense de Futevôlei ocorrido no Iate. O evento foi organizado pela Diretoria de Esportes Terrestres.

Futevôlei. Crédito: Livro 60 Anos

4- VÔLEI

O voleibol de quadra está presente no Iate desde a década de 60, quando sócios recém-chegados ao Clube trouxeram de suas cidades o amor pelo esporte. O sócio Humberto Sobral, foi Diretor de voleibol do Iate de 1962 a 1964, já com o ginásio construído. Nesse período, o Clube conquistou mais de 20 títulos locais e regionais, nas categorias masculino e feminino. No decorrer de seus 61 anos de existência, o Iate Clube de Brasília projetou muitos atletas que defenderam as cores do Clube em campeonatos estaduais e nacionais. Um dos destaques é a equipe feminina de VOLEIBOL MASTER, que recebeu, em 2019, uma placa do Sindicato de Clubes e Entidades de Classe Promotoras de Lazer e Esportes do Distrito Federal – SINLAZER, pelo tetracampeonato brasileiro categoria 50+, realizado na AABB/DF. Essa equipe representa o Iate Clube desde 2002 e dentre os inúmeros títulos, inclui os campeonatos nacionais de Santos (SP) e de Saquarema (RJ). Elas foram campeãs mundiais na Austrália em 2009 e vice na Itália em 2013, no World Master Games. O VÔLEI DE AREIA também é uma realidade no Iate e já preparou diversos atletas de ponta, trazendo muitos títulos para o Clube. As quadras de voleibol de areia estão localizadas próximas à antiga Sede Social. Com ótima iluminação, quiosque com bebedouro e todo conforto para os atletas.

Equipes de Vôlei 1962 e 2019. Crédito: Livro 60 Anos

5- NATAÇÃO – principais títulos

(1) João Pedro Morais – Campeão Brasileiro de 100 borboleta (2005) e convocação para o Campeonato Mundial (2006);

(2) Simone Noronha Kohler – Primeiro título nacional conquistado em 2005 na prova de 100 livre. Recordista Brasileira de 50 borboleta e 50 peito (2009). Medalhista de Sul-americano escolar;

(3) Mariana Primo – Campeã Brasileira de 100 borboleta (2007);

(4) Caio Paiva – Campeão Brasileiro de 200 borboleta (2008). Medalhista de Sul-americano escolar;

(5) Marina Nascimento – Campeã e recordista Brasileira diversas vezes nas provas de costas, primeiro título veio em 2009. Campeã Sul-americana escolar;

(6) Gustavo Nascimento – Campeão Brasileiro algumas vezes, primeiro título (2009) na prova de 100 livre. Campeão Sul-americano escolar;

(7) Thomaz Alejarra – Campeão Brasileiro dos 100 livre (2009);

(8) Luana Obino – Primeiro título nacional veio nos 50 livre em 2009. Diversas vezes Campeã Brasileira e seleção;

(9) Gustavo Nascimento – Campeão Brasileiro algumas vezes, primeiro título veio em 2009 na prova de 100 livre. Campeão Sul-americano escolar;

(10) Thomaz Alejarra – Campeão Brasileiro dos 100 livre (2009);

(11) Guilherme Rabelo – Campeão Brasileiro e recordista de 200 costas (2012);

(12) Glauber Henrique Silva – finalista de campeonato mundial (2010) e Campeão Brasileiro de 50 borboleta em 2014;

(13) Leandro David Bressan – Campeão Brasileiro de 200 peito (2014). Campeão Sul-americano escolar;

(14) Paula Vaz – Primeiro título nacional na prova de 100 borboleta (2014) , conquistou mais de 20 medalhas em campeonatos nacionais. Medalhista em Sul-americano escolar;

(15) Leandro David Bressan – Campeão Brasileiro de 200 peito (2014). Campeão Sul-americano escolar;

(16) Aimê Louise – Campeã Brasileira diversas vezes nas provas de 50 e 100 livre, primeiro título em 2016. Medalhista do mundial escolar;

(17) Marcelo Araújo – Campeão Brasileiro de 1500 livre (2016);

(18) Matheus Vidal – Campeão Brasileiro de 50 costas em 2016;

(19) Merle Sandhop – Campeã Brasileira dos 1500 livre (2018);

(20) Isabela David Bressan – Primeiro título nacional veio em 2018 na prova de 100 costas.

6- POLO AQUÁTICO

A equipe Master, sagrou-se campeã pan-americana do esporte em 2020.

Piscinas semiolímpicas. Crédito: Livro 60 Anos

7- PETECA

A peteca no Iate tem uma história de grande relevância pelos títulos brasileiros conquistados, o que a torna a maior campeã na modalidade, tendo conquistado 24 dos 31 campeonatos brasileiros, disputados em todo território nacional.

Início da Modalidade de Peteca e atual. Crédito: Livro 60 Anos

PROJETO DE INICIAÇÃO ESPORTIVA

A semente do Projeto de Iniciação Esportiva, foi plantada na gestão do Comodoro George Raulino e, consolidada na administração do Comodoro Edson Mendonça. A proposta era proporcionar aos sócios, com idade entre 4 a 14 anos, a oportunidade de frequentar, gratuitamente, as escolas esportivas do Clube. Além disso, fazer com que a prática dessas modalidades reforçassem valores como educação e cidadania, proporcionando a formação de uma geração saudável de esportistas, livre dos vícios e drogas. Em 2006, o Projeto de Iniciação Esportiva ganhou o prêmio de melhor Caso de Sucesso em nível nacional, no Congresso do Comitê Brasileiro de Clubes.

COMPLEXO AQUÁTICO

O Complexo Aquático do ICB atende sócios de todas as idades. A Piscina do Feijão foi a primeira estrutura no Clube, concluída em 1961.

As duas piscinas semiolímpicas são palco de competições e local de treino dos alunos da escola de natação das equipes de natação e de polo aquático que, representam o Clube em torneios regionais, nacionais e internacionais. As piscinas contam com modernos sistemas de tratamento e aquecimento de água.

Além das piscinas semiolímpicas e a do Feijão, o Iate oferece o que há de melhor em brinquedos aquáticos: toboágua duplo, jacuzzi, baleia escorregador, chafarizes, cascatas e um espaço com jatos d’água intermitentes e piso antiderrapante.

Toboágua e piscina do feijão. Crédito: Livro 60 Anos

VERDE DO IATE

Incentivados pelo sócio Ernani Azevedo Henning, que projetou o Bosque do Iate, o Clube foi, aos poucos, se tornando um lugar repleto de verde. Henning criou nos amigos, o hábito de plantar árvores no Clube. Com isso, vários sócios passaram a plantar mudas trazidas dos mais diferentes estados e regiões. A prática mostrou-se tão eficiente que em 2000, um estudo realizado pela doutora Taciana Barbosa Cavalcanti, botânica da Embrapa, revelou que existiam 141 diferentes espécies de árvores no Iate. Para se ter um parâmetro dessa diversidade, um levantamento publicado em 1992 no livro “Árvores de Brasília”, aponta 61 espécies de árvores no Distrito Federal.

Em 2003, o Clube investiu na plantação de mais 40 mil mudas, entre árvores, arbustos e flores, totalizando mais 112 espécies.

Bosque do Iate se tornou um dos lugares mais bonitos do Clube. O plantio das primeiras árvores, começou em 1975, concretizando hoje 253 espécies de árvores plantadas: são 99 nativas, 84 exóticas e 70 ornamentais, que se encontram entre as 19 churrasqueiras disponíveis no ICB.

Bosque. Crédito: Livro 60 Anos

EVENTOS CULTURAIS

Desde a década de 1960,o Iate Clube se tornou um dos pontos de preferência da cidade para a realização de grandes festas e shows, além de receber celebridades nacionaise internacionais, a exemplo do hollywoodiano Kirk Douglas: ator, cineasta e autor norte-americano.

A Diretoria Cultural do Iate Clube de Brasília foi criada em 1994, na busca de proporcionar novos conhecimentos ao associado, priorizando a cultura, os valores do Clube e, para incentivar cada vez mais a participação dos associados em atividades tais como: exposições, concertos sinfônicos, palestras, lançamento de livros, concursos de fotografia, serenata de natal, sextas culturais, encontro das artes, encontros literários, festival cultural e gastronômico, entre outros projetos. Nos últimos anos o Iate Clube vem incentivando a arte e literatura, apoiando os projetos do Grupo Cine-Literatura e o Grupo Livros e Raquetes que se reúnem no Clube para debates mensais sobre temas previamente escolhidos.

Conhecidas nomes da música, passaram pelos palcos do Clube, como as bandas Jota Quest (2013), Paralamas do Sucesso (2014), Skank (2015), Titãs (2016), Capital Inicial (2017), Biquíni Cavadão e o maestro João Carlos Martins.

NÁUTICA

**[…] “demonstração pujante da nossa vontade de progresso”.


Inauguração do Pavilhão Dr. Carlos Ramos, em 19 de março de 1988, na gestão do Comodoro Edgard Hasselman. O evento contou com a presença do sócio fundador Álvaro Alberto Sampaio e dos sócios Paulo Quintella e Hely Walter Couto, dentre outros convidados como o
Alte. Enrique Saboia. Crédito: Divulgação ICB

Mas o Iate Clube de Brasília precisava fazer jus ao nome e, a evolução do seu iatismo não deixa menor dúvida. Fazendo bom uso das condições favoráveis, tem uma desenvoltura compatível com o ritmo de construção da Nova Capital da República.
Em 1960, um pequeno núcleo inicial de aficionados, dos quais destaca-se Goethe Maia Viana (primeiro diretor de vela do Iate), Carlos Gonçalves Ramos, Antônio de Souza Rios (Fundador da Flotilha de Pinguins nº 175 – Carlos Henrique Belchior), Geraldo Lower, Álvaro Alberto Sampaio, José Gonçalves de Mota e Fernando Araújo, providos da visão esperançosa de futuro e, muito entusiasmo, comum aos pioneiros de Brasília, souberam combinar as oportunidades disponíveis para agregar forças com criatividade, olhando sempre para frente. Como resultado deste esforço, no ano seguinte, o Clube passou a contar em seu hangar com mais de 60 embarcações e um número ainda maior de velejadores os quais, frequentavam assiduamente o Clube para participar de regatas. Adotaram boas práticas para estimular o aprendizado que logo, deram bons resultados: alternavam as tripulações nos barcos, para que os mais experientes velejassem com os iniciantes. Após a regata, confraternizavam entre os amigos, as experiências na raia. Reparem, que o intercâmbio era feito a bordo – vivência prática e teórica interativa, complementada em terra. O mesmo procedimento, vinha sendo utilizado com êxito no YCSA. Uma outra iniciativa adotada por este núcleo inicial de abnegados trabalhadores, foi trazer para o ICB, importantes eventos da vela nacional. O objetivo, era fazer com que as ‘estrelas’ da vela brasileira, fossem reluzindo seus preciosos padrões referencias no grupo inicial de velejadores que, iam crescendo em conhecimento, experiência, desenvoltura e performance.
Completava este núcleo inicial, o Baramba (Edgar Hasselmann, campeão Brasileiro da classe Lightning em 1973) e seu irmão Bill (Robson Frederico Hasselman – Capitão de Mar e Guerra), Amarelo (João Aune), Cri-Cri (Cesar Castro), e Chefinho (Carlos Nascimento), apelidos populares e queridos entre os associados do Iate Clube. Esses pioneiros, já detinham a “Mentalidade Marítima”, cuja “Regra Áurea” é a “Solidariedade”. Este patrimônio, associado às excelentes instalações náuticas que o Clube dispunha, às ótimas qualidades de navegabilidade do Lago Paranoá e a usina de dinamismo advinda da ‘profusa radiação de luz’ da ‘Nova Estrela da Bandeira Brasileira’ […] ‘a cidade síntese’**’, foi consolidando com ‘bravura’ o Iatismo no Clube, dando-lhe projeção nacional e internacional.

PRIMEIROS EVENTOS DE RELEVÂNCIA NACIONAL DA VELA, ORGANIZADOS PELO ICB

O primeiro campeonato internacional realizado em Brasília, foi o Hemisfério Ocidental da Classe Snipe, organizado pelo ICB no ano de 1962. O Iatista Axel Schmith, foi o vencedor. Compreende-se, que embora o Iate Clube tenha organizado e patrocinado o evento, seus velejadores não participaram.

1962: O Comodoro Sylvio Pedrosa, o prefeito de Brasília e embaixador Sete Câmara, cumprimentam o velejador Axel Smidth, Tio dos campeões Torbem e Lars Grael . Crédito: Divulgação ICB

Seguiram-se, como promoção do Iate Clube, os Jogos Luso-Brasileiros de 1963, com a vitória dos portugueses; o XV Campeonato Brasileiro de Snipes em 1964, com a vitória de Reinaldo e Ralph Conrad; e o XXI Campeonato Brasileiro de Snipes, em 1970, com a vitória de Axel Schmith.

XV Campeonato Brasileiro da Classe Snipe – 1964. O Comodoro Sylvio Pedroza entrega os prêmios aos vencedores irmãos Reinaldo e Ralph Conrado. Crédito: Divulgação ICB

REGATA JK – PATRONO E FUNDADOR DO ICB

1ª REGATA JK, 1994 – Vencida por Guilherme Raulino, no barco Orkan, com a presença de Sarah Kubschek. Crédito: Livro 60 Anos

Médico, nascido no dia 12 de setembro de 1902 na cidade mineira de Diamantina, Juscelino Kubitschek de Oliveira foi desde o início, um dos grandes incentivadores da criação do Iate Clube de Brasília. Tinha pelo Clube, um carinho especial.

Como forma de homenagear mais uma vez o Patrono do ICB, sua figura humana e histórica, foi criada em 1994 a Regata JK. O primeiro vencedor desta regata, foi o velejador Guilherme Raulino do Iate Clube de Brasília, no barco Orkan. O troféu é de posse transitória e se encontra exibido no Memorial JK. A tradicional competição foi incorporada a partir de 2014 na Semana JK de Vela, realizada no mês de setembro, tornando-se a principal regata do evento. Todos os anos, a prova náutica mais tradicional da cidade, reúne os principais velejadores dos clubes da região.

A capacidade inicial de luta prosseguiu corajosamente e a prova do que afirmo é o esplendor deste Clube, em cuja construção Onísio e seus amigos escreveram uma admirável página de beleza”.
Carta de JK ao Comodoro Onísio em 1975. Crédito: Livro 60 Anos

ESTRUTURA ATUAL DA NÁUTICA

Hoje, o Iate Clube possui uma das maiores frotas de embarcações do Brasil e a maior do Distrito Federal. Para os amantes dos esportes náuticos, o Iate oferece ampla estrutura para veleiros, lanchas, jet-skis e windsurf. O espaço também conta com boxes, sala de treinamento, guincho e um quiosque sobre as águas, perfeito para relaxar após as regatas. Ao mesmo tempo o Clube criou uma eficiente infraestrutura para sediar importantes competições náuticas e, vem trabalhando desde a sua fundação, no fortalecimento da “Mentalidade Marítima junto ao grupo de velejadores que, representa o Iate Clube em eventos nacionais e internacionais.

FAROL DO IATE

No dia 11 de setembro de 1994, foi inaugurada a Lanterna de Sinalização doada pelo Ministério da Marinha, através do Centro de Sinalização Náutica Almirante Moraes Rego da Diretoria de Hidrografia e Navegação – DHN.

O Almirante José Alfredo Lourenço, representante do Ministério da Marinha, descerrou a placa e fez a leitura das palavras inscritas: “Ao Iate Clube de Brasília, em reconhecimento pelo estímulo à pratica dos esportes náuticos e ao desenvolvimento da ‘Mentalidade Marítima’ no Distrito Federal.”

A partir da inauguração, a lanterna passou a denominar-se Farol JK. Ele fica no topo do monumento, concebido pelo arquiteto Galbinskim.

Inauguração do farol JK.. Crédito: Livro 60 Anos

MARINA NÁUTICA

A ampliação da Marina do Iate acrescendo mais 255 metros de extensão, foi inaugurada em 7 de novembro de 1999, alterando a referência náutica no Lago Paranoá, proporcionando mais segurança no embarque e desembarque, criando mais espaço para manobras das embarcações no pátio e na água, além de aumentar o número de vagas para barcos. Transformou-se num aprazível ambiente náutico, que se completa com o Quiosque sobre as águas. É mais uma estrutura de apoio aos velejadores.

O ato de inauguração, que aconteceu na gestão do então Comodoro Nelson Campos, foi acompanhado por toda a diretoria, membros do Conselho Deliberativo e, contou com a participação especial do velejador Lars Grael, o primeiro a ancorar na Marina, sendo acompanhado pelos alunos do parque de velejadores do Iate, com seus Optimist, e por outros experimentes velejadores.

Marina: visões aérea e parcial

MARINHA DO BRASIL DOA ÂNCORA AO ICB

A âncora doada ao ICB em junho de 1993, pertenceu ao navio Oceanográfico Almirante Álvaro Alberto, primeiro navio da Marinha do Brasil a participar do Programa Antártico Brasileiro. O trabalho realizado por este navio permitiu a indexação e marcação do continente Antártico Brasileiro. O navio participou também do Levantamento da Plataforma Continental Brasileira – LEPLAC, sendo vitimado por um incêndio que o levou ao fundo em 1992 na Lagoa dos Patos – Rio Grande do Sul. A localização da âncora, na entrada principal do Iate Clube, foi definida pelo Comodoro Paulo Quintella.

Âncora do navio Oceanográfico Almirante Alvaro Alberto na entrada do Clube

**[…] “o que nos deu coragem para a dura travessia, que foi a substância, matéria-prima espiritual desta jornada”.

1º Título Mundial juvenil da Classe Pinguim

Cristiano da Rocha Miranda Pontes e José Adolfo Paradeda

Conquistado nos EUA, em 1966

Cristiano Pontes e José Adolfo Paradeda em Beach Haven, New Jersey – 1966. Recebem prêmio do Comodoro do William S. Piling do Little Egg Harbor Yacht Club. Crédito: Divulgação ICB

2º Título Mundial juvenil da Classe Pinguim

Cristiano da Rocha Miranda Pontes e José Adolfo Paradeda

Conquistado nos EUA, em 1967

José Adolfo Paradeda, Luiz Alberto Ballarin, Claudio Biekarck e Cristiano Pontes: as duas tripulações brasileiras se preparam para o Evento de 1967 em Long Beach, California. Crédito: Divulgação ICB

3º Título Mundial Juvenil da Classe Pinguim

Gregório da Rocha Miranda Pontes competiu com proeiro norte americano, cujo registro nas súmulas ainda não foi possível recuperar

Conquistado nos EUA, em 1969

Crédito: Anuário da Classe Pinguim de 1970

4º Título Mundial Juvenil da Classe Snipe

Torben Schmidt Grael e Eduardo Mascarenhas

Conquistado nos EUA em 1978

5º Título Mundial da Classe Snipe

Torben Schmidt Grael e Lars Schmidt Grael

Conquistado em Porto – Portugal, em 1983

Torben e Lars. Apesar de terem corrido com barco antigo, Torben e Lars venceram, todas as regatas. Crédito: Acervo iconográfico Lars Grael

6º Título Mundial Juvenil da Classe Lightning

Felipe Rondina, Thomas Sylvestre e José Hackerott

Conquistado no Canadá, em 2014

Crédito: Livro 60 Anos

7º Título Mundial da Classe Star

Lars Schmidt Grael e Samuel Gonçalves

Conquistado na Argentina, em 2015

Crédito: Livro 60 Anos

8º Título Mundial Juvenil da Classe Lightning

Felipe Rondina, Thomas Sylvestre e Christian Shaw

Conquistado no Equador, em 2016

Crédito: Livro 60 Anos

OUTROS TÍTULOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS CONQUISTADOS PELO IATE CLUBE DE BRASÍLIA NO IATISMO

**[…] “não mais conter o Brasil civilizado numa fímbria ao longo do oceano, de não mais vivermos esquecidos da existência de todo um mundo deserto, a reclamar posse e conquista”.

1º Título Brasileiro de Snipes em Maceió, Alagoas – 1968

Cristiano e José da Rocha Miranda Pontes

Delegação de Brasília no IX Campeonato Brasileiro da Classe Snipe em Maceió, Alagoas. Crédito: Divulgação ICB

Agachados (esq para direita)
Cristiano Pontes, Federal, Sampaio, Baldes, Fernando Araújo, Edgar Hasselmann (Baramba), George Raulino e Gucci.

Em pé (esq para direita)
Assis, José Pontes, Romel Castro, João Aune, Tel, Carlos Ramos, Robson Frederico Hasselman (o Bill) , Lorinho e Rosas.

1º Título Sul Americano de Snipes em Buenos Aires – Argentina – 1968

Cristiano e José da Rocha Miranda Pontes

Crédito: Divulgação ICB

2º Título Brasileiro na Classe Lightning em Brasília – DF – 1973

Edgard Frederico Hasselmann / José Federal Hermida / Ricardo Thimóteo da Costa

1ª Medalha de Prata no Pan-Americano de Snipes no México – 1975

Gregório da Rocha Miranda Pontes e Luiz André Almeida Reis (Culé)

Crédito: Divulgação ICB

3º Título Brasileiro Júnior na Classe Snipe em Aracaju – Sergipe – 1978

Torben Schmidt Grael e Eduardo Mascarenhas

4º Título Brasileiro Júnior na Classe Pinguim em Niterói- RJ – 1981

Mauro Osorio e Roberto Renner

Mauro e Roberto velejando no Pinguim BL 9536 – Paranóia, Brasileiro de Pinguim – Niterói, 1981

5º Título Brasileiro na Classe Ranger 22, no Rio de Janeiro – RJ – 1983

Walcles Osório, Mauro Osório, Rommel Augusto da Silva Castro, Marcello Katalinic Dutra

2º Título Sul Americano na Classe Star em Buenos Aires – Argentina – 2005

Lars Schmidt Grael e Marco Lagoa

Lars Schmidt Grael e Marco Lagoa. Sul Americano da Classe Star, Buenos Aires – 2005. Acervo iconográfico Lars Grael

3º Título Sul Americano na Classe Star – Angra dos Reis 2008

Lars Schmidt Grael e Marcelo Jordão

Lars Schmidt Grael e Marcelo Jordão. Sul Americano da Classe Star, Angra dos Reis – 2008. Acervo iconográfico Lars Grael

6º Título Brasileiro na Classe Starno Rio de Janeiro em São Paulo – SP2009

Lars Schmidt Grael e Renato Moura

4º Título Sul Americano na Classe Star em Mar del Plata – Argentina 2011

Lars Schmidt Grael e Ronaldo Seifert

Lars Schmidt Grael e Ronaldo Seifert. Sul Americano da Classe Star, Mar del Plata – Argentina 2011.
Acervo iconográfico Lars Grael

E o Iate Clube de Brasília não podia parar. Ele é parte deste entusiasmo, orgulho e milagre que permeia os pioneiros de Brasília: é a ‘sala de visitas da nova metrópole’. Em perfeita sintonia com esta energia vibracional, continuou sua trajetória ascendente, colecionando em seus 61 anos, outros significativos Títulos nos diversos esportes praticados no ICB. Na Vela, as vitórias foram se sucedendo numa ampla diversidade de eventos em barcos monotipo, tais como 5 Títulos Sul Americanos nas Classes Snipe e Star, 19 Campeonatos Brasileiros nas Classes 420, Star, Lightning, Dingue, Laser STD e Laser 4.7, Pré-olímpicas, Copa Brasil Master e 7º Distrito de Stars, totalizando cerca de 65 Títulos. Vale também destacar que muitos iniciados na prática marinheira no ICB, seguiram suas vidas pelos “Caminhos do Mar”, inclusive, ingressando na Marinha do Brasil.

É notório, que a História do ICB tem um forte vinculo com seu Patrono Juscelino Kubitschek e, consequentemente com as origens e a construção da Nova Capital. Ícones como, Tiradentes, José Bonifácio, Dom Bosco, Juscelino Kubitschek, foram referência e inspiração para os Fundadores da nova Capital assim como para os Pioneiros do Clube, Diretores, Sócios, Esportistas e Funcionários. Este conjunto, forma um mosaico em ‘Profusa radiação de Luz’. A trajetória do ICB é rica em referências construtivas, realizações embasadas em princípios basilares que remontam à História do Brasil. Como não podia deixar de ser, estas ‘estrelas’ continuam como bússola, orientando sua trajetória, perpetuando o legado de cada um, para as gerações futuras. É a ‘Força dos Brasileiros’, movida de ‘Esperança’ e ‘União’, mostrando que com ‘coragem’, realizam ‘a dura travessia’, numa ‘demonstração pujante da nossa vontade de progresso’ inabalável. A prova está nos fatos e nas realizações: basta olharmos para esta retrospectiva.

* “Acompanhei com entusiasmo e orgulho o milagre que a vontade de Onísio operou, elevando uma obscura organização à gloria de ser o núcleo mais imponente e consagrado de quantos ornamentam a sociedade de Brasília”.

Legenda:

* Um asterisco, indica uma citação da Carta de JK ao Comodoro do ICB Onísio Ludovico de Almeida, em 21 de março de 1975. Nesta carta, Juscelino se referia a Cidade de Brasília como ‘Casa’ e o Clube como a ‘sala de visitas’ desta casa.

** Dois asteriscos, indica uma citação do discurso inaugural de Brasília, proferido por Juscelino Kubitschechk em 21 de abril de 1960 (dia consagrado ao Tiradentes), com nossos destaques eventuais;

*** Três asteriscos, indica uma citação do discurso de JK, dirigido aos operários que construíram a capital Brasília, na praça dos Três Poderes em 20 de abril de 1960;

Navegar é preciso. Viver não é preciso” [2].

Fernando Pessoa

[1] as palavras ou expressões em itálico e colocadas entre ‘aspa única’, são aqui usadas com o mesmo sentido a elas atribuídas por JK nos seus discursos dos dias 20 (aos Operários), 21/4/60 (inauguração de Brasília – Praça do Três Poderes) e, na carta de 23/3/75, dirigida a Comodoro Onísio.

[2] Navegar é uma viagem exata. Fazia-se com bússolas e astrolábios. Hoje, faz-se com satélites, GPS’ e www’s. Viver, é uma viagem feita de opções, medos, forças, inseguranças, persistências, constâncias e transições … (24)

Piscina do Feijão. Crédito: Livro 60 Anos

REFERÊNCIAS:

1- Livro “Iate 60 Anos”, Idealização Comodoro Rudi Finger, Realização – Diretoria Cultural, 1ª Edição, 2020;

2- Antônio José de Oliveira é arquiteto formado pela FAU/ UFRJ em 1969 e desde estudante, tem admiração por Brasília. Foi o idealizador e construtor da maquete da cidade exposta permanentemente no Espaço Lúcio Costa na Praça dos Três Poderes. Os vídeos BRASÍLIA PATRIMONIO CULTURAL DA HUMANIDADE e LÚCIO COSTA INVENTOR DE BRASÍLIA foram realizados em novembro do ano passado em plena pandemia. Foram utilizadas imagens de arquivo, sequencias extraídas de outros vídeos e imagens filmadas anteriormente pelo arquiteto. Ele faz parte do site brasiliamuseuaberto.com;

3- https://gpslifetime.com.br/conteudo/republica/brasilia/96/o-milagre-de-brasilia-o-discurso-de-jk-na-inauguracao-da-capital;

4- Resumo da história do Iate Clube de Brasília – Abril 2021;

5- Carta enviada pelo Patrono do Iate Clube de Brasília, Presidente Juscelino Kubitschek, ao Comodoro Onísio Ludovico de Almeida. Rio de Janeiro, 21 de março de 1975;

6- Página do ICB na Internet <https://www.iateclubedebrasilia.com.br/>;

7- Discursos de Juscelino <http://funag.gov.br/loja/download/628-Discursos_jk.pdf>;

8- https://www6.iateclubedebrasilia.com.br/cultural/memorial_item/21;

9- https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2016/05/17/governo-de-brasilia-ganha-placa-em-homenagem-a-luiz-cruls/ ;

10-https://pt.wikipedia.org/wiki/Anteprojeto_de_Vera_Cruz_para_a_constru%C3%A7%C3%A3o_de_Bras%C3%Adlia;

11- https://pt.wikipedia.org/wiki/Projeto_de_L%C3%BAcio_Costa_para_o_Plano_Piloto_de_Bras%C3%ADlia

12- https://www.uol.com.br/nossa/viagem/guia/roteiros/2013/06/05/conheca-a-profecia-de-dom-bosco-e-as-obras-que-o-homenageiam-em-brasilia.htm

13- https://www.ubec.edu.br/31-de-janeiro-dia-de-sao-joao-bosco-dom-bosco/

14- http://www.projetomemoria.art.br/JK/biografia/4_primeira.html

15- https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Parano%C3%A1

16- Foto da Barragem <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/8c/Constru%C3%A7%C3%A3o_barragem_Lago_Parano%C3%A1_1960-2.jpg>

17- Regata no Lago Paranoá <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=84827424>

18- Lago Paranoá: a moldura líquida para a capital<https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2019/06/27/lago-paranoa-a-moldura-liquida-para-a-capitaluma-moldura-liquida-para-a-capital/>

19- Foto do Lago <https://www.tripadvisor.com.br/LocationPhotoDirectLink-g303322-d10034547-i192223993-Brasilia_Tour-Brasilia_Federal_District.html>

20- Visão Panorâmica do Lago <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Brasilia_-_Lago_Parano%C3%A1.jpg>

21- Juscelino Kubitschek <https://pt.wikiquote.org/wiki/Juscelino_Kubitschek>

22- http://www.penguinclass.com/

Cartaz da Classe Pinguim – 1989. Crédito IPCDA – International Penguin Class Dinghy Association

23- Fotos Recentes do Clube <https://www.facebook.com/iatebsb/>

24- Universidade de Coimbra <https://www.uc.pt/navegar/>

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  • […] Em “Notícias que vem do Mar” (09′:09″), o Mar Brasil News destaca a solenidade de entrega do Barco Escola Ilhabela (Protótipo) à Associação Náutica Barreiros. O evento foi realizado no dia 11 de Julho no CIAGA – Centro de Instrução Almirante Graça Aranha. A iniciativa é resultado de um convênio assinado entre o RUMAR – Instituto Rumo ao Mar e a Associação Náutica Barreiros que por sua vez, contou com o patrocínio da Marinha do Brasil, FEMAR, CIRM, Associação Náutica Barreiros, Quantum Sails Porto Alegre – Brasil, MM Náutica e, o apoio de várias Escolas de Vela, Escoteiros do Mar, Cembra, Regras.com.br, Projeto Grael, Clube dos Jangadeiros e do Iate Clube de Brasília. […]