PREPARAÇÃO DO “BARCO ESCOLA ILHABELA” CONVÊNIO RUMAR – ASSOCIAÇÃO NÁUTICA BARREIROS

“O Brasil nasceu do Mar, o Brasil depende do mar mas os brasileiros não sabem disso”.

AE Mauro Cesar

A Amazônia Azul é um “Mar” de oportunidades: a nova fronteira. Para que possamos compreender e valorizar essa vastidão de 5.7 milhões de km², é imprescindível fortalecer a nossa “Mentalidade Marítima”.

No final da década de 80 o Comte. Carlos Borba, então Presidente da UEB-União de Escoteiros do Brasil, solicitou ao Engenheiro Naval Maurillo Vinhas de Queiroz que projetasse uma embarcação para esse propósito. Inicialmente, visava-se atender exclusivamente a demanda do movimento dos Escoteiros do Mar. O projeto do barco foi portanto dimensionado para uma Patrulha, célula do Escotismo, composta por sete membros sendo um, o orientador.

*1º Barco da série “Sea Scout”* – *1990*

Entre o final dos anos 80 e início dos anos 90, foram construídos sete barcos desse modelo.
Nos anos seguintes, esses barcos foram exaustiva e rigorosamente testados. Dessa experiência pode-se observar que alguns detalhes relativos à segurança, ergonomia, aproveitamento do espaço interno, poderiam ser aprimorados sem obviamente, alterar em absolutamente nada, o plano de linhas original do Maurillo.

Com a prática, percebeu-se mais ainda, que o modelo do barco se adequava e, tinha potencial para a iniciação marinheira em geral, como excelente facilitador para a transmissão e a vivência dos melhores valores e práticas da arte marinheira, tudo acontecendo de forma dinâmica no ambiente de um único barco, impulsionado pelo vento, com suas velas, remos ou motor, nas exatas proporções harmônicas para a melhor integração dos alunos através do barco, ao ambiente marinho.
Essa percepção ampliada do potencial pedagógico do barco, visando o fortalecimento da Mentalidade Marítima, deu origem em 2008, a fundação do RUMAR – Instituto Rumo ao Mar.

Após a doação de um casco retirado da forma original, pelo empresário Ricardo Carvalho em 2022, surge através da Associação Náutica Barreiros de Ilhabela (que atende a mais de 500 jovens), a possibilidade de levar adiante a vontade de atualizar o Barco Escola, com o patrocínio da obra. Inicia-se nesse momento, uma corrida contra o tempo para adequar o casco recebido às alterações propostas. O ICRJ, cedeu um espaço a céu aberto, onde os trabalhos foram realizados. Em seguida, o Günther Müller (Coordenador do Projeto Barco Escola e Sócio Fundador do RUMAR), montou uma equipe de trabalho que bravamente venceu todas as limitações, desafios e obstáculos naturais e conjunturais que surgem em tais empreendimentos. Essa fase é descrita em maiores detalhes pelo próprio Günther, em outra matéria que será publicada em breve.

*Momento em que o barco doado por Ricardo Carvalho é retirado da água para início das obras de adaptação.*

O barco protótipo, foi apresentado inicialmente ao público em cerimônia organizada pelo CIAGA, com patrocínio da Marinha do Brasil, Associação Barreiros, Abrigo do Marinheiro, FEMAR, Cirm e, a MM Náutica. Em seguida foi levado para Ilhabela – SP, onde ficou exposto ao público durante a Semana de Vela de Ilhabela, no estande da Marinha do Brasil. Finalmente, foram realizados os bem sucedidos teste de mar, atingindo-se todas as metas. Os testes, foram acompanhados por representantes da Associação Barreiros (principais patrocinadores dessa venturosa trajetória percorrida), pela equipe da Escola MM Náutica, e representantes da Marinha do Brasil.

*Crédito: da esquerda para direita: Lucia Müller, Agência Marinha de Notícias, Associação Barreiros*

Fotos da esquerda para a direita: (1) Barco Escola Ilhabela no CIAGA, Günther explica as novas funcionalidades; (2) Apresentação do barco no estande da MB na Ilhabela; (3) Participaram dos testes: Paulo e Bruno (Associação Barreiros), Glauter (Engenheiro Naval – RUMAR), Marcos e Monica (MM Náutica), Cristiano (RUMAR).

O vídeo abaixo, mostra em detalhes a evolução da obra, culminada com os testes de mar.
Estamos agora diante do principal desafio: disseminar pelo Brasil, o “Barco Escola da Amazônia Azul”, em número suficiente para atingir o “ponto de inflexão”, capaz de “voltar (de forma definitiva), o olhar dos brasileiros para o Mar”. Para tanto, precisamos num esforço conjunto e, com a FEMAR, capacitar equipes que potencializadas e auxiliadas pelo Barco Escola, transmitam da forma mais eficaz, técnicas, praticas, princípios da marinharia e, despertem especialmente nos jovens, um interesse vibrante pelo Mar e suas potencialidades – “Mentalidade Marítima”. As equipes formadas através da metodologia proposta em conjunto com as suas práticas no Barco Escola, estarão aptas para vencer os obstáculos que hora se interpõe a inevitável e determinística vocação marítima brasileira.