Schmitz Du Mont cursou Tecnologia do Mar (Tecmar) e Ciências Biológicas (FATI). Fez cursos de Extensão Universitária e Especialização no Instituto Oceanográfico (USP) e pós-graduação em Coastal Zone Management pelo Ocean Science Center, NSU (EUA). Atuou em diversos projetos e eventos referentes ao mar, à pesca e aquicultura, além de ser figura marcante nos setores privados, públicos e no terceiro setor. No setor privado, trabalhou na Intersell, Intersealife, Comar, Rio Pesca, entre outros, assim como, também, foi consultor e sócio na Seaweed no projeto de algas calcárias. Já no setor público, trabalhou na FIPERJ, eAAm projetos UTF – FAO e PNUD Brasil (ONU), Ministério da Agricultura e no Ministério da Integração Nacional voltados para Aquicultura e Pesca. Por outro lado, foi fundador, diretor e membro em organizações do Terceiro Setor, como Instituto Frade para Pesquisa e Eco Desenvolvimento, ONDAA, Surfrider Foundation, Aquanautas. Foi membro e Diretor da Green Cross Brasil, fundada pelo ex-presidente russo (e já falecido) Mikhail Gorbachev, sendo sua principal missão – responder aos desafios combinados de segurança, pobreza e degradação ambiental para garantir um futuro sustentável e seguro.
Atualmente, é Diretor Interino de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do RUMAR (Instituto Rumo ao Mar) e, em suas horas vagas, tem como lazer a prática de vela, mergulho e surfe, além da leitura e do olhar atento às novidades nas Organizações Internacionais e Nacionais relacionadas ao mar, comunicação e meio ambiente, ESG, Nature Based Solutions em especial, o Rumar.
Iluminação é quando uma onda percebe que é o oceano.
Thigh Nhat Hanh
1) Como nasceu e se desenvolveu sua paixão pelos oceanos e quando começou, efetivamente, a trabalhar nessa área?
Foi no começo dos anos 60, ainda bem jovem em Bertioga, litoral norte paulista, quando madrugava para ajudar a puxar a rede, que cercava as Tainhas junto com os pescadores, autênticos Caiçaras que traziam todo saber e conhecimento de suas gerações mais velhas àquela intuição de tempo, natureza e condições do mar. Ali, sem realmente saber e compreender na época, ocorria, acontecia e se praticava a “Mentalidade Marítima”. Então, antes de trabalhar, aprendi muito, quase tanto como numa sala de aula com professores excelentes, com os pescadores em Bertioga na beira da praia (inegavelmente a melhor escola prática raiz). Foi uma evolução gradativa de aprendizado no início com envolvimento, junto à paixão de meu pai pela pesca esportiva e, no início dos estudos da Tecmar, estágios na Pescanova – Brasil Atlantic e depois ANEPE – Associação Nacional das Empresas de Pesca.
2) Até o presente, qual foi sua experiência mais relevante com o mar?
Diria que aconteceu em dois momentos distintos: como participante nos cruzeiros oceanográficos do Projeto Finep, com o navio da USP, Professor W. Besnard, e, depois, como professor assistente da UERJ com o navio oceanográfico da Marinha, Almirante Saldanha.
Foram meses no mar em ambos os cruzeiros de pesquisa, que abriram outros e novos horizontes. Nestes casos, essencialmente de trabalho oceanográfico, porém houve outros momentos de regatas oceânicas ,e da viagem de Sta. Catarina, costa brasileira, Caribe e EUA que foram muito importantes na Escuna Smuggler, pois no mar se não existir cooperativismo na acepção da palavra, as experiências podem ser desastrosas, e neste caso fazer parte de uma salvatagem é crucial para as vidas humanas em perigo.
3) O senhor já participou de vários eventos nacionais e internacionais como seminários, fóruns, Expo-Fisheries, a Eco 92, Rio +20, entre outros. Qual a contribuição efetiva desses eventos na percepção da importância da preservação dos ecossistemas marinhos e o quanto lhe agregaram de conhecimento?
Aqui se deve abrir um parêntese. Existe o empreendedorismo com extrativismo, que de um lado representa alimentos, e um pouco mais, segundo a FAO (Food and Agriculture Organization), órgão da ONU, 50% vem do mar e água doce, e em contraponto sabemos que os recursos renováveis são finitos, então uma Expo- Fisheries não está em sintonia com uma COP (sigla que significa Conference of the Parties, que em tradução livre para o português significaria Conferência das Partes ou sustentabilidade, meio ambiente e clima) e vice versa, pois cotas defesos e principalmente se a academia, institutos, centros de pesquisa não se empenharam mais na sua lição de casa para realmente pesquisar estoques, recursos vivos não explorados bem como espécies ameaçadas, e/ou em extinção, não adianta brigar, pois continuamos neófitos quanto ao real potencial ou não dos mares, da mesma maneira como brigam por causa da pesca predatória, deveriam se preocupar com algo muito mais nocivo, que são os plásticos e poluição marinha, além da indústria da pesca e toda sua cadeia produtiva ter uma maior e mais eficiente interface com o lado ambiental, no sentido de não mostrar só problemas, de um e do outro, mas na procura conjunta de soluções (aqui capitalismo e socialismo tem que praticar o cooperativismo).
4) Qual a importância, do seu ponto de vista, da divulgação da mentalidade marítima e da “Amazônia Azul”?
Total … imprescindível! Infelizmente, o brasileiro está de costas para o mar, apesar de mais de 80% da população brasileira estar a não mais que 100 km da costa. Se fala tanto da Amazônia Verde porque os interesses, potencial e riquezas de terra são muito mais conhecidos. Com isto, a Amazônia Azul está relegada a um segundo plano, o que é um absurdo. Por exemplo, o terceiro conglomerado recifal mais importante do mundo está na costa brasileira e (como sempre digo e tenho certeza de que, infelizmente, não sabemos quase nada sobre o que acontece) vive e tem como recursos vivos e minerais, depois da plataforma continental. Assim, qualquer estudo, pesquisa, trabalho ou notícia é relevante e deve ser divulgado para maior conhecimento desta fronteira marítima tão ou mais importante que a outra Amazônia, a qual já é muito mais conhecida e, portanto, está mais que na hora da Mentalidade Marítima estar na ordem do dia.
5) Quantos quilômetros a partir da costa tem a zona econômica exclusiva (ZEE) brasileira e como é seu aproveitamento pelo país?
Neste caso a ZEE é referida como a zona das 200 milhas, pois temos o mar territorial de 12 milhas, a zona contígua das 12 às 24 milhas e, depois, a ZEE. No caso do aproveitamento, ele é feito com pesquisa offshore e usufruto da extração de óleo e gás em toda a costa brasileira e, agora, em águas profundas. Aqui estamos quase a nível mundial equiparados neste particular, mas, no que tange o aproveitamento de pesca e maricultura, ainda temos muito a aprender e modernizar nossa frota pesqueira que é sucateada e antiga, basicamente artesanal. Poucas embarcações realmente de altura, ou seja, de pesca em mar aberto nos limites da ZEE. Na maricultura aproveitamos mais as zonas costeiras com moluscos bivalves, mariscos, ostras e algas.
6) A pesca sustentável já é uma realidade no Brasil? O que é necessário para sua ampliação por toda costa do país?
Meu orientador na especialização do IOUSP (Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo), Dr. Yasunobu Matsuura, sempre me falava sobre recursos disponíveis ainda não explorados. Sim, temos condições de fazer pesca sustentável, porém, como já dito anteriormente, precisamos de pesquisa de estoques, principalmente aqueles que já sofreram o esforço de pesca excessivo por falta de preocupação de cotas e defeso. Nosso país e sua costa têm diversidade, têm qualidade, mas não quantidade como, por exemplo, o Chile e o Peru que tem uma corrente fria com mais nutrientes, portanto, mais pescado. Se nos propusermos a sair um pouco das espécies tradicionais e procurarmos em nossa biodiversidade outras espécies que nunca foram capturadas ou não sofreram esforço de pesca, aí estaríamos praticando pesca sustentável, mas a aquicultura tanto em águas interiores, que chamo de piscicultura, e no mar, de maricultura, estas também devem ser incentivadas, pois produzem, não extraem e ainda podem repor estoques.
7) Considerando sua experiência no setor público e privado, o que poderia destacar como ponto forte de cada âmbito?
Aqui esta pergunta fica entre quem regulamenta, fiscaliza e normatiza. Aqui existem leis versus quem investe, usa e desenvolve. Aqui se encontra o alimento e existe um hiato entre o público e privado. Destaco iniciativas como o DEAGRO/COMPESCA da Fiesp e IFC, International Fish Congress, como local para os dois setores se unirem para discutirem suas particularidades. Temos, por exemplo, muitos órgãos na Marinha com o notório saber nas diversas áreas, desde geologia, ecologia, biologia, química, física, meteorologia etc. para destacar. Desde SeCIRM (Secretaria Executiva da Comissão Interministerial de Recursos do Mar) e todas suas ligações de múltiplos órgãos dentro da Marinha, temos a AOCEANO (Associação Brasileira de Oceanografia), Seafood Brasil – Panorama da Aquicultura etc. e tantas outras instituições, associações e fundações que fazem este meio de campo entre os dois setores, esta terceira via que seria e pode ser o ponto de mutação e entendimento. Podem ser complementares ou antagônicos em suas posições, objetivos, valores e padrões. O ponto forte se resume em bom senso entre o público e o privado. –
8) E quais aspectos poderiam ser mais bem desenvolvidos em cada setor?
Discernimento e resiliência para começar, pois em muitas vezes quando o cabo de guerra se inicia, as celeumas e cizânias afloram e quando se deveria chegar a um entendimento, continuam patinando em problemas sem no mínimo tentar chegar no porquê do imbróglio, como exemplo em 84/85, quando implantei com meu amigo Philip Scott, recifes e atratores no Rio de Janeiro. Fomos pioneiros neste assunto e na época existia a SUDEPE que depois virou IBAMA não por culpa direta destes órgãos, mas por ser novidade, por não ter precedentes e isto vale também para as algas calcárias. Simplesmente, demorou-se décadas para se aceitar algo que já ocorria no resto do mundo. Depois que a Embrapa fez um workshop sobre as algas calcárias e se demonstrou em definitivo a importância delas, é que começou a destravar todo um universo burocrático para se entender a solução, não o problema, idem para os recifes artificiais e atratores.
9) O senhor atuou junto à Seaweed como consultor e sócio em um projeto pioneiro no campo das algas calcárias. Poderia contar mais sobre essa experiência?
O Brasil tem o maior estoque do mundo de algas calcárias (Lithothamnium) para não parafrasear que estamos deitados em berço esplêndido, mas sim estamos neste caso e devemos lembrar que este estoque a que me refiro é fóssil, não vivo, e que serve para várias aplicações, mas principalmente para fertilizantes e ração, também podendo ser usado para repor nutrientes em terras exauridas e cansadas, tratamento de águas etc. Estas algas vivas recolhidas de arribada são usadas como complexos minerais, fármacos, nutricionais e cosméticos. Foram várias incursões além da ZEE para pesquisar e conhecer um estoque independente do que existe mais perto da costa em forma de rodolitos e nódulos. Nesta longitude, a 312 milhas da costa, só existem granulados, bioclásticos e areia biodetrítica – um platô que mais parece um deserto arenoso. O estudo foi em várias áreas desde a meteorologia, biologia, ecologia e montantes ou quantidades de algas no local. Descobriu-se pontos anfidrômicos, ou seja, onde é nula a amplitude de algum constituinte harmônico de marés e/ou outros como massa d’água.
10) O senhor participou da ONDAA – Organização Nacional de Desenvolvimento de Arrecifes Artificiais. O senhor acredita que naufrágios possam ter um lado positivo que seria a criação desses recifes artificiais, atraindo uma rica vida marinha? Isso pode ser aplicado ao ex-porta aviões São Paulo? Foi noticiado que pescadores profissionais pernambucanos alegam terem sido prejudicados pelo afundamento do casco do ex-porta aviões São Paulo e resolveram processar a Marinha. Eles alegam também que o ecossistema local foi afetado por conta de materiais contaminantes da estrutura do navio. Qual sua opinião a respeito?
Sim a ONDAA foi criada mais ou menos concomitantemente à época da Surfrider Foundation no Rio onde o Helmo Carvalho era o presidente da ONDAA, inclusive trazendo o Shaw Mead da Nova Zelândia para palestras e ensinamentos de como faziam e implantaram recifes para ondas perfeitas onde os fundos marinhos não ajudavam por serem muito inconstantes e na época também o presidente da Surfrider era o João Orleans e Bragança, surfista, ecologista, fotógrafo e membro da família real. O Pierce Flynn, vice-presidente da Surfrider EUA, também esteve aqui no Brasil para vários projetos em andamento em relação às múltiplas aplicações de recifes artificiais.
Quanto aos naufrágios, sim hoje em dia devem ser descomissionados, mas no passado, no Pacífico, onde ocorreu grande parte da guerra, existem milhares de todos os tipos e tamanhos de navios, desde Lanchas Torpedeiras, Destroyers, Cruzadores, Encouraçados, Porta-aviões, Submarinos, Barcaças de desembarque. Então devem ter também centenas de milhares. Navios, por exemplo, que atravessavam o Atlântico dos EUA para suprir a Europa não nazista com logística e infraestrutura. Alguém vai reclamar ou foi na Corte de Haia??? A poluição de metais pesados fora a orgânica na Baia de Sepetiba e Guanabara, por um acaso houve um levante de pescadores e indústrias de salga na Ilha Grande onde nesta Baia havia a maior concentração de um estoque de sardinhas em sua migração e acasalamento, por causa em parte do início das obras da usina nuclear.
E quanto aos pescadores profissionais de sua pergunta, eu diria que só raríssimas embarcações vão pescar a quase 5 mil metros de profundidade e 350 km da costa, e estas usam o espinhel que é considerada uma pesca de superfície ou no máximo meia água. Nenhuma no caso vai fazer pesca de arrasto, então culpar a Marinha ou quem quer seja é leviano, mesmo se tratando de que o amianto seja cancerígeno e, nesta profundidade o impacto é muito pequeno, e com o tempo nulo, gostaria de lembrar que a frota pirata atuando no limite dentro e fora das nossas 200 milhas, representa mais risco para nossos estoques e biodiversidade que o porta-aviões, e se querem um exemplo até mesmo no absurdo dos testes nucleares por parte da França no Atol de Mururoa e dos EUA no Atol de Bikini onde houve uma devastação total muito mais rasa e sobre corais que não foi e não se justifico como crime ambiental – mas hoje, apesar desta calamidade, estes Atóis se recuperaram com o tempo, claro que a radioatividade deixou sequelas – mas como dito anteriormente muitos navios na guerra do Pacifico levavam muito mais agentes nocivos e poluentes que o porta-aviões São Paulo.
Portanto Recifes Artificiais, sobre fundos arenosos sem vida podem criar novos ecossistemas quando usados materiais não compatíveis com resultados e biomassa local, mas lembrando que estas estruturas são os novos hotéis para peixes, crustáceos, moluscos e algas bem como outras espécies de micro e macro incrustantes.
11) Como o senhor vê a poluição e a pesquisa dos oceanos atualmente?
Vejo como um disparate surreal, uma vez que se gastam trilhões com o espaço, o que de certa maneira é louvável, uma vez que em nosso planeta, o ser humano já exauriu e foi além do limite de alguns importantes recursos naturais renováveis imprescindíveis. Portanto, em um futuro próximo, grande parte dos mais de 8 bilhões de almas não vão ter acesso à uma vida no mínimo saudável e equilibrada, sem ser uma sobrevivência de pobreza e condições sub-humanas, nas quais vários povos e países já se encontram. Agora vem o “ponto de mutação” no qual os oceanos e mares deste Planeta Água não receberam nem 15% do que o espaço recebeu. Então, pesquisa e poluição deveriam andar par e passo, ou melhor, navegando juntos para um saber com mais estudos, levantamentos e trabalhos no tocante ao nosso H2O salgado. Se não conhecemos a nossa realidade entre a superfície e os limites das Fossas das Marianas no Pacífico, bem como a Fossa de Porto Rico, segundo lugar mais fundo do planeta e com suas anomalias magnéticas muito pouco pesquisadas. Tudo isto para comprovar que quase não sabemos nada sobre nossos oceanos. Não por falta de interesse, mas por falta de uma política mais agressiva e de mover fundos, ou seja, dinheiro para pesquisa etc., para realmente conhecermos o que acontece depois da maré mais alta e mar adentro, mas, por outro lado, sabemos que existem ilhas de plástico do tamanho de pequenos países vagando pelos oceanos e boa parte de nossa alimentação de frutos do mar está possivelmente contaminada. E ainda existem outros tipos de poluição no mar, a sonora, sísmica etc. Dois órgãos das Nações Unidas como a IMO (International Maritime Organization) e a ISA (International Seabed Authority) deveriam dar mais atenção aos mares. Por exemplo, o Assunto Water Ballast, água de lastro nos navios que trazem muitas espécies exóticas de outros mares e oceanos, ou seja, vem espécies invasoras que simplesmente desequilibram nosso ecossistema. Neste caso, só para dar dois exemplos: o mexilhão dourado e o peixe leão, que nos dão um grande prejuízo ambiental. E, para terminar, em se tratando de poluição não adianta enxugar gelo com medidas não preventivas e de contingência quando se fala por exemplo do que já foi Cubatão, que junto a Minamata, no Japão, já foram os locais mais poluídos do mundo em seus estuários. E aí podemos citar nossas Baías da Guanabara e de Sepetiba como exemplos. Se não houver saneamento básico e controle de metais pesados, vamos ter problemas sérios no futuro.
12) O senhor tem algum outro sonho ou projeto em mente para o futuro?
Sem parafrasear Martin Luther King, ¨I have a dream ¨, eu tenho um sonho que seria uma união de forças num projeto para mapear, via Academia – Universidades, Marinha do Brasil, Empresas Offshore, Petrobras etc., todas as formas de conhecimento que envolvem as Ciências do MAR (Biologia – Física – Química – Geologia – Ecológica – Meteorologia, entre outras), afinal temos 8400 km de costa. São 5,7 milhões de km² de Amazônia Azul, que é mais que a metade do território continental nacional. Sem contar com 60.000 mil km de extensão de nossas vias navegáveis e águas interiores. Acho que a Marinha do Brasil com os seus navios oceanográficos e os do IOUSP, além de outras instituições, poderiam definitivamente mostrar o potencial, as riquezas, e belezas da nossa Amazônia Azul. Isto se houvesse real interesse por parte do poder público gestor, pois se pudéssemos desburocratizar um pouco o modus operandi para se reverter o olhar viciado em terra e na Amazônia Verde, quem sabe poderíamos começar a ter esperança para conhecer nossa Amazônia Azul, sua Zona Econômica Exclusiva e praticar a Mentalidade Marítima, uma vez que esta mentalidade brasileira está muito mais para o asfalto, gado e berrante do que mar, peixes, baleias e corais, sem ter que provocar o canto das sereias para virar o olhar caipira um pouco mais para o caiçara. ALOHA
13) Gostaria de fazer alguma consideração final?
Cheio de mistérios, o mar é tema inesgotável de poetas e amantes das ondas, ora calmas, ora agitadas, que tanto encantam as pessoas. Afinal, quantas reflexões são feitas à beira de uma praia olhando o vai e vem do oceano, não é mesmo? Para explorar mais o tema, leiam esses poemas e citações sobre o mar!
O alento heroico do mar tem seu polo secreto, que os homens sentem, seduzidos e medrosos.
Cecília Meireles
Necessito do mar porque me ensina: não sei se aprendo música ou consciência, não sei se é onda só ou ser profundo ou apenas rouca voz ou deslumbrante suposição de peixes e navio.
Pablo Neruda
Há mulheres que trazem o mar nos olhos, não pela cor, mas pela vastidão da alma e trazem a poesia nos dedos e nos sorrisos. Ficam para além do tempo como se a maré nunca as levasse da praia onde foram felizes.
Sophia de Mello Breyner Andresen
O mar é só mar, desprovido de apegos, matando-se e recuperando-se, correndo como um touro azul por sua própria sombra, e arremetendo com bravura contra ninguém, e sendo depois a pura sombra de si mesmo.
Cecília Meireles
Nas ondas da praia, nas ondas do mar quero ser feliz, quero me afogar. (…) Quero ser feliz nas ondas do mar. Quero esquecer tudo. Quero descansar.
Manuel Bandeira
Só as pessoas morrem e vão embora e não voltam nunca mais. Porém aí está o engano, nada volta mais, nem sequer as ondas do mar voltam; a água é outra em cada onda.
Rachel de Queiroz
O mundo é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar.
Carlos Drummond de Andrade
Jornalista responsável: Flavio Porto começou como jornalista trabalhando no primeiro provedor de internet do Rio de Janeiro, o Inside Information Systens (IIS) nas funções de webmaster, editor e redator da página principal e do seu site sobre jogos eletrônicos, o “jogos.com.br”, além de trabalhar como colaborador na revista mensal “Mundo dos Jogos”. Após aprovação em concurso, passou a integrar a revista do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro como jornalista e repórter fotográfico. Depois, atuou por alguns anos como chefe do antigo Serviço de Comunicação e Identidade Visual do mesmo Tribunal. Também fez uma exposição literária-fotográfica no Museu da Justiça do TJRJ durante esse período. Atualmente, escreve para o Rumar.org.br, voluntariamente.
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