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Marinha lança primeira Carta Eletrônica S-101 do Brasil: mais precisão na navegação

A Marinha do Brasil alcançou um marco histórico ao concluir sua primeira Carta de Navegação Eletrônica (ENC) no padrão S-101, o novo modelo internacional definido pela Organização Hidrográfica Internacional (OHI). Produzida pela Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN), a carta cobre a área do Porto de Suape (PE) e inaugura uma nova era de modernização da  cartografia náutica brasileira, oferecendo maior precisão, interoperabilidade e segurança para navegantes civis e militares.Treinamento marítimo

O que muda com a Carta Eletrônica S-101

A nova ENC S-101 representa um salto tecnológico em relação ao tradicional padrão S-57, trazendo melhorias fundamentais para a segurança e eficiência da navegação. O modelo permite metadados mais completos, maior detalhamento e estrutura flexível, facilitando atualizações e integração com sistemas modernos de navegação – incluindo sistemas ECDIS avançados e tecnologias emergentes de navios autônomos.

A carta do Porto de Suape foi produzida com base no Banco de Dados Cartográficos, garantindo alta precisão nas informações hidrográficas e geoespaciais. O produto passou por rigorosos testes de validação, atendendo plenamente aos requisitos internacionais de qualidade. A utilização de novas camadas de informação e códigos aprimorados amplia a capacidade de análise dos navegantes e reduz riscos durante manobras críticas em áreas portuárias.

Com o S-101, o Brasil avança para um ambiente cartográfico mais moderno, interoperável e alinhado ao que há de mais atual na navegação mundial.Viagens Brasil

O papel da DHN e o impacto para a navegação

Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) desempenhou papel central no desenvolvimento e certificação da primeira ENC S-101 brasileira. O projeto seguiu metodologia baseada no Guia de Conhecimento em Gerenciamento de Projetos, reforçando padrões internos de qualidade e elevando o nível de governança técnica na produção cartográfica.

A carta passou por extensos testes e auditorias internas antes de alcançar conformidade total com o novo modelo da OHI. Essa robustez operacional fortalece a confiança de práticos, armadores, embarcações militares e navios internacionais que dependem de informações precisas para operar com segurança na costa brasileira.

O País inicia agora o período de Dual-Fuel, no qual cartas S-57 e S-101 coexistirão. Esse processo garante transição gradual e segura, sem impactos para embarcações que ainda utilizam sistemas antigos. Para a Marinha, a convivência dos dois padrões aumenta a flexibilidade operacional, sustenta ações de patrulha e vigilância e reforça sua capacidade de prover produtos cartográficos modernos e confiáveis.

Modernização da cartografia nacional e impacto estratégico

A adoção da S-101 coloca o Brasil em posição de destaque no cenário marítimo internacional. Em um mundo de tráfego marítimo crescente e tecnologias cada vez mais sofisticadas, possuir cartas eletrônicas no padrão mais avançado da OHI é essencial para garantir segurança da navegação, eficiência logística e soberania marítima.Cursos de navegação

A escolha do Porto de Suape como primeira área mapeada reflete sua relevância estratégica para o comércio exterior e para operações navais. A nova carta traz maior precisão às rotas de aproximação, manobras portuárias, fundeios e áreas restritas — aspectos fundamentais para a movimentação segura de navios de grande porte.

No longo prazo, a modernização cartográfica fortalece a Amazônia Azul, impulsiona a inovação no setor marítimo e cria oportunidades para universidades, institutos de pesquisa e profissionais da hidrografia. Cada nova carta desenvolvida no padrão S-101 elevará o patamar tecnológico brasileiro, garantindo que o País se mantenha alinhado às melhores práticas globais em segurança da navegação.