ESPORTE Vela

Jonas Muro conta experiência em solitário na Mini Transat com 28 dias de regata pelo Oceano Atlântico

Jonas Muro em ação na Mini Transat / Crédito: Divulgação

Natural de Ilhabela (SP), Jonas Muro contou sua experiência realizada no final de 2023 em uma das regatas mais desafiadoras do mundo, a Mini Transat. 


Ele atravessou sozinho o Oceano Atlântico em um barco Mini 6.5, de 21 pés, saindo da França até a ilha de Guadalupe, no Caribe. Foram 28 dias no mar com apenas uma parada, nas ilhas Canárias, e 4 mil milhas náuticas navegadas.


“Comprei o barco na Europa em 2021, corri as regatas do circuito classificatório – cerca de 5 mil milhas navegadas – sempre em dupla ou solitária, basicamente uma média de 200 milhas em cada uma das regatas, a menor delas tem um pouco menos de distância que a Regata Santos-Rio (a mais tradicional de vela oceânica do país)”.

Jonas velejou no veleiro Borrachudo, nome dado em homenagem aos mosquitos de sua cidade natal que é a capital da vela no Brasil. E ele destaca o crescimento que teve durante as quatro semanas no mar.


“Foi um espetáculo a experiência, me ajudou a crescer como navegante, velejador, impressionante o que se aprende quando precisa fazer tudo sozinho, principalmente como gerenciador do barco quanto das funções do barco, você é tático, proeiro, trimmer, cozinheiro, navegador, timoneiro, tudo ao mesmo tempo e navegar sozinho é um negócio muito diferente do que ter uma tripulação”, aponta.
“A preparação do barco é muito específica, muito pesada para esse tipo de navegação mais longa ainda mais em regata. Foi algo que me fez crescer muito rápido como velejador. Sonhava desde criança. Vi pela primeira vez em 2005 em uma revista sobre a Mini Transat e daí pra frente vários encontros com pessoas e barcos que fizeram ela. Fui lá e coloquei o sonho de criança, abriu muito a mente do que é possível fazer”.

Sozinho em um barco pequeno por quatro semanas a vida não deveria ter sido fácil para Jonas que enfrentou alguns perrengues, o primeiro na passagem do Cabo de Finesterra, na região da Galícia, com frente fria e rajadas de 40 nós e ondas de até quatro metros: “Foi meio tenso passar com um barco pequeno, mas passei sem problema, sem quebras. Foram uns dias de calmaria até pegar vento bom e velocidade absurda por uns dias”, conta. Na segunda etapa o barco quebrou o sistema do leme: “Com uns dez dias de regata tive essa quebra e isso me fez reduzir muito a velocidade . Fiz a reposição da peça, mas não ficou tão forte como o original. Explodiu também um balão médio que tinha no barco. Mas foi razoável fácil de lidar, nada que não tivesse plano de reposição”. 

O barco chegou a andar entre os três primeiros no começo da segunda etapa, mas a redução de velocidade fez terminar em torno do 50º lugar entre os 60 veleiros na disputa: “Como estava com um barquinho mais antigo minha ideia era ir ver como era e nem perto de disputar. Quando o vento apertou os barcos mais modernos levaram vantagem”.

Agora Jonas está curtindo as férias das regatas longas: “Tenho um monte de ideia na cabeça, com certeza vou seguir navegando, não vou ficar muito tempo sem ir longe, mas não sei se será em regata, cruzeiro ou exploração, aí vamos ver”.

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