Meteorologia e Oceanografia

O Futuro da coleta de dados nos oceanos: uso de equipamentos autônomos

Durante muitos anos, o conhecimento dos oceanos foi realizado apenas por meio de navios equipados com uma gama de equipamentos oceanográficos. As primeiras comissões com navios, especificamente para a coleta de dados no mar, foram realizadas pelo navio inglês HMS Challenger, em 1872. Desde então, vários outros tipos de navios e equipamentos foram utilizados por vários países.

O HMS Challenger (1858)
wikimedia

No caso do Brasil, cabe destacar o papel de pioneirismo da Marinha do Brasil, principalmente pelas comissões realizadas com o Navio Oceanográfico Almirante Saldanha a partir da década de 1950. Atualmente, a Marinha do Brasil possui diversos outros navios dedicados à oceanografia, tais como o Navio Oceanográfico Antares, o Navio Hidroceanográfico Cruzeiro do Sul e o Navio de Pesquisa Hidroceanográfico Vital de Oliveira.


Navio de Pesquisa Hidroceanográfico Vital de Oliveira

Entretanto, hoje a coleta de dados oceanográficos vai além do uso de embarcações. A tecnologia permitiu o desenvolvimento de equipamentos autônomos, que podem ser lançados ao mar e coletar dados sem necessidade de um navio nas proximidades. Esse é o caso dos derivadores, dos flutuadores ARGO e dos Gliders.


Glider

Os derivadores funcionam como boias que derivam na superfície dos oceanos seguindo as correntes marítimas. Nesta deriva, é possível medir a velocidade e a direção das correntes, como também coletar dados de vento, temperatura da superfície do mar e pressão atmosférica por meio de sensores instalados na boia. Os derivadores têm papel fundamental na coleta de dados para a confecção de cartas meteorológicas de pressão ao nível do mar.


Boia de deriva

Os flutuadores ARGO são equipamentos que funcionam de forma similar aos derivadores, ou seja, navegam ao sabor das correntes. Entretanto, além de derivar, eles conseguem afundar até profundidades superiores a 2000 metros. Com isso, conseguem coletar dados em várias profundidades.


Flutuador ARGO

Os Gliders são semelhantes aos flutuadores ARGO, mas, é possível controlá-los remotamente por meio de satélites, informando ao equipamento para onde ir e afundar. Desta maneira, podem funcionar de forma bem semelhante a um navio, apesar de possuírem velocidade e capacidade de manobra muito inferiores.

É importante salientar que os equipamentos autônomos jamais substituirão o uso dos navios. Eles surgem como uma tecnologia complementar, mas nunca terão a versatilidade, a velocidade e a grandeza de um navio.

NOc Almirante Saldanha

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