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Navios da Marinha retornam ao Brasil após 185 dias de Operação Antártica

O Navio de Apoio Oceanográfico “Ary Rongel” e o Navio Polar “Almirante Maximiano” estavam no continente gelado desde outubro de 2022.

Retornaram ao Brasil, na tarde do dia 12 de abril, o Navio de Apoio Oceanográfico (NApOc) “Ary Rongel” e o Navio Polar “Almirante Maximiano”, após seis meses navegando no oceano austral, durante a 41ª Operação Antártica.

Desde outubro de 2022, os dois navios da Marinha do Brasil (MB) realizaram apoio à pesquisa e abasteceram a Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), além de terem feito o reconhecimento dos marcos toponímicos (nomes geográficos) locais que homenageiam personalidades brasileiras, atribuídas em 1908, como as ilhas Cruls, o Monte Rio Branco e o Pico Almirante Alexandrino de Alencar.

Um dos momentos de destaque da expedição foi quando o NApOc “Ary Rongel” ultrapassou o Círculo Polar Antártico, na latitude 66°33” sul, nas proximidades da ilha Adelaide. “Esse feito amplia as atuações das pesquisas para uma área mais ao sul do planeta, superando condições adversas típicas daquela região, exigindo perícia do Comandante do navio a da sua tripulação”, afirma o Secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, Contra-Almirante Marco Antônio Linhares Soares.

Na operação, foram realizados 23 projetos científicos no âmbito do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), envolvendo 134 pesquisadores, sendo professores universitários e alunos de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado. “Os pesquisadores foram transladados, pela Marinha, até o Continente Antártico, para realização de coleta de amostras, medições locais e obtenção de dados. Também utilizamos novas aeronaves UH-17, e instalamos três acampamentos científicos nas ilhas Marambio, Livingston e James Ross”, explicou o Almirante.

Outro acontecimento que se destacou durante a operação foi o recolhimento de uma boia oceanográfica de deriva, pertencente ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. “Ela foi lançada em 1991, no Estreito de Bransfield, pelo então Navio de Apoio Oceanográfico ‘Barão de Tefé’, para efetuar medições das correntes de superfície predominantes nas águas antárticas, e agora, passados 32 anos, a recolhemos ao sul da Ilha Trinity”, destacou o Almirante Linhares.

Módulos Antárticos Emergenciais

Na comissão, foi iniciada a retirada dos Módulos Antárticos Emergenciais (MAE) que, durante oito anos, permitiram a continuidade das pesquisas no continente, e apoiaram a construção da nova EACF, inaugurada em janeiro de 2020. O término da desmontagem dos MAE está previsto para a OPERANTAR XLII, a ser iniciada em outubro deste ano, com reaproveitamento das unidades em outros projetos da MB, como nas instalações de apoioà construção das Fragatas Classe “Tamandaré”, na cidade de Itajaí (SC).

Com o regresso dos navios ao Brasil, o Grupo-Base Orca (2022/2023), composto por 17 marinheiros que garantem a presença ininterrupta do Brasil na Antártica, começará a executar as manutenções mais complexas dos diversos sistemas da Estação, durante o inverno antártico, bem como proporcionar o apoio remoto aos projetos de pesquisa, com verificação de equipamentos e coletas de dados até outubro de 2023

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