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Se na tarde de ontem foram os casais os protagonistas da regata do dia (a Ele & Ela I Eles e Elas), hoje a habilidade dos velejadores foi testada de uma maneira diferente.
Quem acompanha as regatas de oceano sabe que veleiros de características, tamanhos e equipamentos diferentes entre si conseguem competir juntos devido ao chamado “rating”, um fator de correção, aplicado ao tempo total que a equipe completou a regata, visando equilibrar as diferenças e permitir a mesma chance de vitória a um veleiro novinho, de competição, extremamente tecnológico e um mais antigo, usado para passeios eventuais.
Este fator de correção é o que torna equilibradas as regatas, quando as equipes largam todas juntas e a tendência é que os mais novos, velozes e tecnológicos tendem a terminar no “tempo real” bem antes do que os demais.
Vamos inverter a lógica?
Bom, e se a gente pegar esse fator de correção e, ao invés de aplicar ao final da regata, usá-lo para calcular o intervalo ideal de largada de veleiros diferentes?
Esta é a regata do inverso, idealizada pelo velejador e então diretor de vela do Ubatuba Iate Clube, Alain Simon Vermot no início dos anos 2000.
Na regata do inverso veleiros largam separadamente e tendem a chegar juntos à linha da chegada, trazendo uma disputa acirrada e uma emoção diferente das demais competições.
A edição deste ano da regata teve largada nas proximidades da Praia do Flamenguinho, próximo ao Saco da Ribeira e chegada na Ponta Grossa, depois das equipes contornarem a Ilha do Mar Virado por BE.
As primeiras equipes a partirem enfrentaram um vento bem fraco na linha de largada, mas logo encontraram um vento leste na casa dos 5 nós que os levaram rumo à Ilha do Mar Virado,
Pela lógica da competição, o primeiro veleiro a partir foi o Guará 3, de Valdeci Gonçalves, exatamente às 12h. O último, a equipe Argos, de Jaime Cupertino, que largou às 12h40.
Essa distância foi sendo compensada a medida que as equipes rumavam em direção à Ilha do Mar Virado e, posteriormente, após contornar a ilha, rumo à chegada.
Nesta primeira perna até a Ilha, o Lucnan de Elezier Solidônio e o Winner, de Nancy Marton, dois Ranger 22, lideravam a regata. Já no início do contorno da ilha, parte da flotilha tinha se aproximado dos líderes. Argos, Blu1, Tabarly, Iguinho di Mamãe e Maitoi/El Ninõ, a essa altura da regata já formavam uma segunda flotilha disputando posições.
Enquanto Lucanan continuava em seu rumo de liderança, a equipe Argos e Maitou/El Ninhõ cada vez mais se aproximavam e há poucas milhas da chegada, o Argos conseguiu ultrapassar o Lucnan, que liderou toda a prova até então.
Já na reta final, na aproximação da Ponta Grossa, e da linha de chegada o vento e a proximidade com a costeira ainda exigiu mais alguns bordos das equipes e, ao final, vitória do Argos, que cruzou a linha de às 14h23’29”. Logo depois, às 14h24’59, cruzou o Maitoi/El Ninõ, de Ruan Mendez. Na sequência, completando os cinco primeiros, o Blu1, de Marcelo Ragazzo (14h27’50”), o Lucnan (14h31’10”) e o Super Bakanna, de Alexandre Dangas, que terminou a regata às 14h31’16”.
Interessante foi notar que a diferença entre os cinco primeiros colocados foi de pouco mais de oito minutos, reforçando o espírito da regata.
A tarde quente e ensolarada deste domingo terminou com a tradicional canoa de cerveja no Ubatuba Iate Clube e a premiação da regata.
“Foi um final de semana festivo, onde reunimos amigos e famílias em duas competições diferentes e divertidas, um jeito de começar o ano de forma descontraída. Mas, agora, vale lembrar, nosso próximo desafio será o Ubatuba Sailing Festival, que acontece de 18 a 21 de abril, e representa, como diz o seu nome, um festival da vela para todas as classes, que vão disputar regatas muito competitivas, do jeito tradicional.
O evento já é um sucesso consolidado no calendário da vela brasileira e convido todos a estarem conosco no maior evento da vela em Ubatuba”, delara o diretor de vela do UIC, Alex Calabria.
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