Por Gabriel Pierin
Nascido em 11 de dezembro de 1949 em El Centro, Califórnia, Gary Linden foi apresentado ao mar pelo seu pai aos sete anos de idade. As ondas e as águas salgadas além de causarem a sensação de liberdade que Gary tanto gostava, ainda ajudava a aliviar a asma e a febre do feno, fenômeno comum de liberação de pólen durante a primavera dos países frios.
Durante a infância o pai ensinou o filho sobre as correntes marítimas e a prática do body surf. Aos doze anos Gary surfou pela primeira vez com uma prancha emprestada. Em 1967, aos 17 anos, ele se tornou membro do Windansea Surf Club e no mesmo ano fabricou sua primeira prancha, um Vee-bottom, estilo McTavish. Essa experiência abriu o caminho que o tornaria conhecido mundialmente.
Nessa época, o surfe passou por um período de transição. Gary Linden explica: “Todos nós tínhamos longboards e (…) começaram a experimentar pranchas mais curtas. Não havia ninguém em San Diego seguindo essa tendência, então peguei um molde e fiz uma placa. No começo atendia somente meus amigos, mas essa inovação me colocaria no caminho certo”.
No início da década de 1970, o californiano veio ao Brasil e se estabeleceu em Saquarema. Apresentado pelo surfista Penho, Gary ficou encantado com o processo criativo do shaper Homero. Segundo ele, Homero tinha ideias e conceitos muito avançados para a época.
Em 1978, Gary Linden mudou-se da garagem de seus pais para uma oficina a poucos quarteirões da praia na South Cleveland Street em Oceanside (CA) e assim nasceu a Linden Surfboards. Em meados dos anos 1980, as pranchas Linden tornaram-se uma das três principais marcas de pranchas do mundo, usadas pelos surfistas campeões da época e onipresentes em equipes da Califórnia à Saquarema, no Brasil.
Surfista de ondas grandes, Gary fundou o Big Wave World Tour em 2009, que acabou se tornando o World Surf League Big Wave Tour, e também foi presidente a Association of Surfing Professionals (ASP). Como árbitro e organizador de competições, Gary ainda contribui com sua experiência em eventos de ondas grandes todos os anos em lugares como Jaws, Killers, Nazaré, Mavericks e outros.
Hoje, a Linden Surfboards produz uma série de pranchas de espuma de alto desempenho personalizadas, juntamente com suas pranchas feitas de madeira balsa ou de agave. Aos 73 anos, Gary está empenhado em demonstrar que é possível usar materiais naturais e um processo não tóxico para criar pranchas de alto desempenho, orientadas na ideia de sustentabilidade, duráveis e benéficas aos shapers, surfistas e meio ambiente.
Acompanhe nossas publicações nas redes sociais @museudosurfesantos
Coordenador de pesquisas históricas do Surfe @diniziozzi – o Pardhal
Adicionar Comentário