ESPORTE Surf

Clyde Aikau, Big Waimea

Por Gabriel Pierin

Na noite do sábado, 3 de maio, o último dos Big Kahuna se despediu desse mundo, deixando sua esposa Eleni, seu filho Há’a e toda a comunidade internacional do surfe.

Clyde Aikau, lendário waterman havaiano, era o caçula dos seis filhos de Solomon, conhecido como Pops, e Henrietta. Nascido na ilha de Maui, em 24 de outubro de 1949, Clyde tinha 10 anos, quando a família mudou-se de Kahului para a ilha de Oahu.

Ele era o irmão mais novo e mais próximo de Eddie Aikau. Ambos compartilhavam a paixão e o compromisso com a cultura havaiana e o oceano. Foram salva-vidas no North Shore e juntos realizavam sessões improvisadas de violão entre familiares e amigos nas ilhas e pelo mundo.

Os Big Kahuna se notabilizaram por surfarem as ondas gigantes de inverno na baía de Waimea. Quando Eddie morreu, Clyde fez questão de continuar o legado que o irmão havia construído. O surfista venceu a edição do The Eddie Aikau Big Wave Invitational (1986/1987), em Waimea Bay, em homenagem ao irmão. Ele participou de todos os eventos até os seus 66 anos, em 2016.

Sua vida dedicada ao surfe começou ainda garoto. Clyde pertenceu ao Waikiki Beachboys, um estilo de vida associado à praia e ao turismo, principalmente nos anos 1950 e 1960. O grupo era formado por jovens que atuavam em diversas atividades, como alugar pranchas e dar aulas de surfe, trabalhar como salva-vidas, guia turístico e outros serviços relacionados à praia. Era um
símbolo de liberdade e uma vida descontraída, associada à cultura do surfe e ao espírito havaiano. 

Sua ligação com a juventude de praia tornou Clyde um defensor da educação durante grande parte de sua vida. Formado em Sociologia pela Universidade do Havaí, ele era um elo de ligação entre o Departamento de Educação e as famílias de crianças sem-teto no Havaí para garantir que tivessem acesso a material escolar, transporte e educação de qualidade.

Nos seus últimos anos de vida, Clyde enfrentou problemas cardíacos e lutou contra o câncer de pâncreas, sempre mantendo o otimismo e o entusiasmo pela vida. A perda de Clyde deixa um vazio enorme na comunidade global de surfe. Aloha, Big Kahuna!

Obs: Neste último dia 12 de maio, a coluna Histórias do Surfe completou cinco anos ininterruptos de pesquisa, divulgação e valorização do surfe. São mais de 260 artigos dedicados à história e à cultura do surfe. O nosso agradecimento ao Jornal A Tribuna e a todos os leitores que curtem o legado de nossas praias.

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Coordenador de pesquisas históricas do Surfe @diniziozzi – o Pardhal

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