ESPORTE Surf

Albano, o Herói Desconhecido

Por Gabriel Pierin
@gabriel_pierin
Pedro Paulo, o Albano, é o terceiro de quatro irmãos surfistas, entre eles o lendário big rider de estilo refinado, Marcos Tubo. Filho da dona Norma e do sindicalista dos Carregadores de Bagagem de Santos, Antônio, Albano nasceu em Santos em 1959 e começou a surfar aos 12 anos de idade.

A família morava no bairro do Campo Grande, quando Albano comprou sua primeira prancha, uma monoquilha do Oracio Cocada. Estudante do Colégio Marquês de São Vicente, Albano conheceu o vizinho Pascoal, tornaram-se amigos do mar, das ondas e viagens.
Albano seguiu seus estudos no Senai, formou-se Torneiro Mecânico, mas sua busca pelo surfe e belas ondas não parou de crescer. Junto aos amigos Zanetti, Carioca, Batefino, entre outros, Albano conheceu novos picos e desbravou praias pelo Brasil.

Em 1983 viajou para Florianópolis, onde viveu alguns anos até voar para a Califórnia em 1990. Na Costa Oeste americana, Albano encontrou Rogério Alemão e foram para o North Shore havaiano pegar as ondas gigantes e perfeitas.

No Havaí alugou um quarto na casa do big rider carioca Fábio Mobral. No inverno havaiano de 1997/98 fez história para o surfe brasileiro e, especialmente, o santista. Considerado o melhor surfista tupiniquim da temporada nas ondas de Pipeline, notabilizou seu feito num histórico registro em foto de página dupla numa revista japonesa. A sequência de fotos foi intitulada como Unknown Hero, o Herói Desconhecido.


Albano viveu 12 anos no arquipélago havaiano, sempre desafiando as maiores ondas. Em Jocko’s (em homenagem ao lendário Jock Sutherland) enfrentou um mar de 8 a 10 pés e sofreu seu maior caldo ao tentar entubar e ser arrastado para o fundo. Ele usou os últimos três segundos que todo surfista tem para retornar à tona, sobreviver e contar ao amigo Maurício Orelhinha, testemunha ocular do fato. Essas adversidades do mar, Albano aprendeu cedo, antes mesmo de começar a surfar. Ainda criança, ele pegava sua pranchinha de isopor e seguia o irmão Marcos Tubo. Numa das inúmeras ressacas, Albano perdeu a prancha no fundo e chegou à areia exausto. Quando sua mãe perguntou o que tinha acontecido ele disse que não havia nada de errado para não sofrer o castigo que o deixaria fora das ondas do mar.

Em 2002 retornou a Califórnia, onde vive com os filhos Sofia, de 15 anos, e Marco de 17, em homenagem ao irmão Marcos Tubo. Albano, o imigrante do surfe, obteve o Greencard, tem permissão para morar e trabalhar, e hoje optou pela cidadania norte-americana, mas visita Santos anualmente para ver amigos, familiares e matar a saudade.

Comunidade do Surfe: Alceu Toledo Júnior, o Juninho, redator de conteúdo na Waves, vive um momento delicado de saúde e precisa da ajuda da comunidade. Seu Pix é 11956042245. Boas ondas, Alceu!

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Coordenador de pesquisas históricas do Surfe @diniziozzi – o Pardhal