Amazônia Azul Marinha

Com inclusão da Amazônia Azul, novo Atlas Geográfico é lançado no Rio de Janeiro

Nesta terça-feira (9), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou, durante evento no Rio de Janeiro (RJ), a 9ª edição do Atlas Geográfico Escolar. Buscando ampliar a mentalidade marítima e a percepção de estudantes e do público em geral sobre o território nacional, a nova edição da publicação passa a incluir os limites da “Amazônia Azul”, extensa área marítima sob jurisdição do País, que se projeta a partir do litoral até o limite exterior da Plataforma Continental brasileira.

O planejamento para a divulgação do conceito da “Amazônia Azul” e de sua representação foi iniciado, por iniciativa da Marinha do Brasil, em 2019, tendo em vista que a importância do mar e dos rios exige a absorção de conhecimentos e percepções que, normalmente, deixam de estar ao alcance de significativa parcela da população. Desde então, foram realizadas diversas reuniões entre representantes da Marinha, do Ministério da Educação e do IBGE para a inclusão da “Amazônia Azul” em livros didáticos, atlas e outras publicações quando de suas atualizações, com foco nas novas gerações de brasileiros.

A inclusão conceitual também se deu no Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) 2023, para o Ensino Médio, destinado aos alunos e aos professores das escolas públicas de educação básica. A expectativa é de que o material usado em outros níveis de ensino seja atualizado até 2027.

A atuação conjunta representa importante elo para o fomento de uma mentalidade marítima nacional e a sensibilização da sociedade acerca da importância estratégica das questões que envolvem ameaças à soberania, aos interesses nacionais e à integridade territorial do Brasil. De acordo com o Presidente do IBGE, Marcio Pochmann, foi possível identificar várias ideias  convergentes entre o Instituto e a Marinha, “como a necessidade de avançarmos para um melhor entendimento a respeito da ‘Amazônia Azul’ – espaço fundamental que o Brasil tem e que ainda é pouco conhecido pelos brasileiros (…) Estamos muito satisfeitos em poder contemplar uma visão mais ampla através dos mais de 200 mapas presentes no Atlas, que coloca, ainda, o País em uma posição estratégica no centro do mundo, valorizando a riqueza nacional”, complementa.


Entrega simbólica do novo Atlas a professores e alunos – Imagem: 2SG-AR Lima/Marinha do Brasil

Base para o público escolar brasileiro, a nova edição do Atlas Geográfico reúne, em suas 239 páginas, amplo leque de informações geográficas, estatísticas e cartográficas atualizadas e destinadas ao ensino, à aprendizagem e à análise das dimensões sociopolítica, ambiental e econômica do Brasil e do mundo. A nona edição da publicação contempla a Base Nacional Comum Curricular do Ministério da Educação e reúne, em um mesmo volume, temas como clima, vegetação, divisão territorial, características demográficas, indicadores sociais, espaço econômico e das redes, além da diversidade ambiental brasileira e de cerca de 200 outros países. Além da atualização do volume impresso, o novo Atlas Geográfico conta, também, com uma nova versão digital, que possibilita o acesso a mapas e gráficos interativos, links para conteúdos complementares e busca por temas e palavras-chave.

Amazônia Azul e mentalidade marítima

Mais do que um espaço geográfico, a “Amazônia Azul” deve ser vista como um conceito político-estratégico que remete à importância do Poder Marítimo para o Brasil. Localizada no Atlântico Sul, entorno estratégico estabelecido em documentos de alto nível, como a Política Nacional de Defesa, a Estratégia Nacional de Defesa e o Plano Estratégico da Marinha – PEM 2040, a “Amazônia Azul” é patrimônio nacional que abrange os espaços oceânicos, costeiros e ribeirinhos. Formada pelo Mar Territorial Brasileiro, pela Zona Econômica Exclusiva (ZEE) e pela extensão da Plataforma Continental para além das 200 milhas náuticas (aproximadamente 370 km), traçada a partir das linhas de base da costa brasileira, sua nomenclatura foi dada ao levar em consideração a semelhança com a Floresta Amazônica (“Amazônia Verde”) em termos de dimensões, abundância de recursos naturais e importância ambiental, científica e econômica.

Para o Secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM), Contra-Almirante Ricardo Jaques Ferreira, que participou do evento, “a representação da ‘Amazônia Azul’ no Atlas Escolar será fundamental para que todas as crianças, em seus primeiros contatos com os livros escolares, tenham a exata dimensão do que ela representa; qual o seu potencial, seu patrimônio e sua importância econômica; além da importância de se conservar este espaço, com cerca de 5,7 milhões de km², rico em biodiversidade. Da ‘Amazônia Azul’, exploramos 95% do nosso petróleo no mar. Além disso, temos outras atividades importantes, como a pesca e o turismo. Conhecer essa área e ter o senso de pertencimento, saber que cada brasileiro tem posse daquele território, é fundamental para a Marinha e para o Brasil”, conclui o Contra-Almirante Jaques.


Mapa Político brasileiro disponibilizado no Atlas Geográfico Escolar – Imagem: IBGE

O Evento

Realizado pelo IBGE em parceria com órgãos dos Governos Municipal, Estadual e Federal, o evento de divulgação da nova edição do Atlas Geográfico Escolar foi realizado na Casa G20, instalada na Casa de Cultura Laura Alvim, no bairro de Ipanema, Rio de Janeiro (RJ), e destinada a abrigar  atividades que promovam o intercâmbio cultural entre os países que formam o bloco das 19 maiores economias do mundo mais a União Africana e União Europeia, e que está sob a presidência do Brasil.

O evento também contou com o lançamento da publicação “Criando Sinergias entre a Agenda 2030 e o G20: caderno desigualdades – primeiras análises”. A publicação traz um primeiro conjunto de indicadores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, que mostram desigualdades de renda, gênero, cor ou raça, grupos de idade, pessoas com deficiência e desigualdades regionais no Brasil, e indicadores selecionados dos ODS para os países do G20.

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