Uma noite para nunca mais nos esquecermos!
No final do dia uma bruma vinda de Norte trouxe mais frio e mudou a paisagem da pequena baía de Leopold, tornando a mística.
As grandes falésias ficaram parcialmente encobertas, os pássaros se aquietaram na água em grandes grupos, na verdade gaivotas que não param de comer um bichinho preto bem pequeno que fica na água nadando aleatoriamente.
Fizemos um jantar com uma sopa bem quentinha e saco de dormir.
Um pouco antes uma ursa passou com dois filhotes bem longe. Eu não vi, e quando o Igor me chamou já não dava para avistar. Mas este segundo avistamento nos deu a certeza que esta é uma região de ursos polares.
Por precaução levantamos as asas laterais do Igloo retirando a possibilidade de um urso subir pelo lado. Pela proa seria difícil, mas sentiríamos, e pela popa nós temos visibilidade.
Nos deitamos para dormir cedo, por volta das 20 hs, pois o cansaço da velejada era grande.
Por volta das 23:30 o Igor me acordou falando bem baixinho que havia belugas em volta do barco. Como a água aqui é muito clara dava para ver algumas passando bem na popa do Igloo. Debruçado na parte de trás do barco eu as observava e também as ouvia.
Fiquei impressionado e emocionado com o canto delas, e como elas respiram, uma respiração forte combinada com o nado que vai e volta para a superfície.
Não havia nada de vento, a Baia Leopold estava absolutamente quieta, e só havia aquele canto e as respirações de dezenas de baleias em nossa volta.
O que vieram fazer aqui? Curiosidade? Reconhecimento? Vieram nos dar boas vindas? Impossível saber, mas eu sei muito bem o que senti.
Intuitivamente me senti como se aquele som estivesse colocando em alinhamento algo dentro de mim. Falando de forma exotérica, senti que estava havendo uma cura. Não sei dizer o que e como, pois a minha mente racional não alcança, mas faz muito tempo que não me sinto tão bem e em paz.
Com o telefone gravei o canto das belugas… Continua …
Adicionar Comentário