Vela

Recordista da Cape Town – Rio, o Sul-africano Ken Venn, destaca os desafios desta regata transoceânica.

Crédito: Aline Bassi / Balaio de Ideias

Sul-africano Ken Venn, recordista da Cape to Rio, destaca os desafios desta regata transoceânica. Ele espera mais de 50 barcos do mundo todo, na comemoração dos 50 anos deste evento que, ocorrerá em 2023. Ken Venn disputou o Brasileiro de Ilhabela.

O Campeonato Brasileiro de Vela de Oceano em Ilhabela (SP) – 20 anos da Copa Suzuki – contou com 400 velejadores e, teve um participante especial. O sul-africano Ken Venn, de 50 anos, recordista de uma importante regata internacional, a Cape to Rio (Cidade do Cabo – Rio de Janeiro), que em janeiro deste ano este, teve vitória brasileira. No dia 2 de janeiro de 2023, terá largada a edição comemorativa dos seus 50 anos.

Venn é casado com uma brasileira, se mudou para São Paulo pouco antes da pandemia e disputou apenas sua segunda competição no Brasil após participar anos atrás da Semana de Vela de Ilhabela. A participação na Copa Suzuki foi especial . Venn correu na classe IRC pelo barco Rudá/Blue Seal, que foi seu por dez anos. Mario Martinez, atual comandante, convidou Venn para a disputa como navegador da tripulação: “Fantástico velejar aqui, o mar, o vento, a competição é excelente. Tenho uma longa história com esse barco , velejei com ele na Cidade do Cabo, o barco veio de lá e, foi construído em Dubai, sei tudo sobre ele”, afirmou.

 Barco Rudá/Blue Seal de Mario Martinez. Crédito: Fred Hoffmann

E ele tem muita experiência em grandes competições de Vela de Oceano. Já realizou uma vez a The Ocean Race, antiga Volvo Ocean Race, de volta ao mundo, entre 1997-1998 pelo Toshiba, barco americano de 60 pés, com tripulação de vários atletas espalhados pelo mundo. Já esteve na America’s Cup e por quatro vezes participou da Cape to Rio, com largada na Cidade do Cabo e chegada no Iate Clube do Rio de Janeiro, onde bateu o recorde com 7 dias 20 horas e 24 minutos no barco Love Water este ano, pelo tempo corrigido, o vencedor foi o barco Mussulo 40, baseado em Ilhabela.

A Cape to Rio é uma das mais tradicionais e longas regatas de oceano do mundo. Ela completaria 50 anos em 2021, mas por conta da pandemia foi adiada para 2023, com o objetivo de colocar pelo menos 50 barcos na raia. Ken vem ajudando na divulgação da regata no Brasil.

“Para 2023 há uma expectativa de uma flotilha de 50 barcos talvez mais. Muitos anos atrás, tínhamos cerca de 100 barcos na raia (129 em 1976), mas a última em 2020, tivemos 22. Para 2023 queremos mais barcos vindos da Europa, EUA e Brasil. A regata acontece entre a The Ocean Race e grandes eventos do mundo, timing bom para vários barcos do mundo virem”, aponta o sul-africano que destaca o porquê da Cape to Rio ser uma das melhores regatas transoceânicas do mundo com cerca de 3.300 milhas náuticas navegadas.

Crédito: Flávio Perez, jornalista esportivo e gestor de esportes.
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Na foto acima, José Guilherme Caldas e Leonardo Chicourel, a bordo do Class40 Mussulo Team Angola Cables, vencedores em duas categorias: monocasco e duplas da regata Cape Town – Rio, de 3.500 milhas, .

“Para alguém que queira fazer uma regata transoceânica, talvez seja a melhor, pelas condições do tempo e rota , considerando a cidade da largada e chegada. É longa, mas não muito longa. Você vai beirando o trópico e o desafio não é tanto de vencer o vento, mas sim evitar os locais de calmaria. Você veleja em boas condições. Não existe tempo super ruim no Atlântico Sul. São ventos alísios, vento a favor – downwind, tempo mais quente, mas não tão quente; um ambiente excelente. Chamamos de “Champagne Sailing”, aponta Ken.”

Ken acrescenta que disputar da Cape to Rio credencia o velejador e a tripulação, sejam amadores ou profissionais, a disputarem a Volta ao Mundo.

“Podemos comparar em dois níveis. Na perspectiva da regata que seria como velejar uma perna da The Ocean Race . Se você veleja nesse nível na Cape to Rio, você tem nível para competir na The Ocean Race. Se você é um amador e quer ter uma experiência parecida com da Volta ao Mundo, venha fazer a Cape to Rio, vai gostar”.

O barco Rudá/Blue Seal, da tripulação santista comandada por Martinez, terminou o Brasileiro IRC em quarto lugar e conquistou o título da Copa Suzuki nas disputadas totais de três etapas ao longo do ano.

Mesmo ainda faltando mais de dois anos para a largada, a Cape to Rio 2023 já tem dois barcos inscritos. O barco brasileiro Minna, da comandante Elisa Mirow, se prepara para a disputa.

Minna comandado por Elisa Mirow / Crédito: Fred Hoffmann

O Campeonato Brasileiro de Vela de Oceano em Ilhabela (SP) foi realizado durante os 20 anos da Copa Suzuki e teve a presença de cerca de 400 velejadores de todo o Brasil e barcos dos estados de SP, RJ, RS e ES.

A 3ª Etapa da Copa Suzuki 2020, Campeonato Brasileiro IRC e BRA-RGS, contou com a organização e realização do Yacht Club de Ilhabela, com patrocínio master da Suzuki Veículos, co-patrocínio do GOFit, e apoios da ABVO, Prefeitura Municipal de Ilhabela, Balaio de Ideias, Control Service e FEVESP.

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