ESPORTE Vela

Pentacampeão Mundial reencontra barco de glórias para o Brasileiro de Vela de Oceano em Ubatuba

Aline Bassi / Balaio de Ideias

O veleiro Bruschetta será uma das grandes atrações do Campeonato Brasileiro de Vela de Oceano que é disputado nas classes ORC,  BRA-RGS  e Clássicos em conjunto com a 12ª edição do Ubatuba Sailing Festival, que acontece entre os dias 4 e 7 de setembro, com sede no Ubatuba Iate Clube.
O modelo J-24 foi tetracampeão Mundial nas mãos do carioca Maurício Santa Cruz, o Santinha, que tem ao todo cinco títulos mundiais (outro conquistado na classe Snipe),além de títulos Pan-Americanos e participações Olímpicas no currículo.  O barco está desde o fim de 2020 nas mãos de Evandro Csordas que o adquiriu , pesquisou o histórico sobre ele e se deparou com a quantidade de campeonatos ganhos. E para disputar o Brasileiro de Vela de Oceano na classe BRA-RGS, chamou o reforço é claro de Santinha para buscar o título: “Eu comprei o barco de um terceiro , minha relação estreitou com o Santinha quando busquei informações sobre o histórico do barco e vivo brincando que é o criador e a criatura”, diz Evandro.
“Tivemos excelentes resultados este ano , fizemos investimentos nas velas Northsail , e na regata Ubatuba-Ilhabela, que havia mais de 70 veleiros fomos o 5º a cruzar  a linha de chegada , deixando veleiros e tripulações reconhecidos por suas conquistas. Mesmo assim, surpreendemos a todos e fomos campeões da classe RGS e realmente tivemos uma performance muito além da expectativa de todos os concorrentes”, lembrou.

Csordas sonha em levantar no futuro o quinto título mundial na classe J-24 e o Brasileiro pode ser importante nesta busca: “Nao temos patrocinadores ainda para este ano , então estou segurando pessoalmente tudo , mas caso conquistemos o Brasileiro da ABVO em conjunto com o Ubatuba Iate Clube, esperamos ter maior visibilidade do esporte e de nosso trabalho e quem sabe poder atrair apoiadores para correr o Pan-Americano e outras competição internacionais”.
“E sobre o reforço de peso, Csordas comemora: “Já fizemos muitos treinos e uma clínica com a tripulação. Santinha conhece cada centímetro do veleiro , um barco que não é comum e cheio de macetes para velejar , até para dar um simples bordo no barco tem objetivo certo , senão não rola”, segue: “Toda tripulação que vai também é muito experiente e com um histórico vencedor de muitas regatas. Estamos ansiosos e muito confiantes que vamos ter um bom desempenho”.
Santinha virá praticamente direto dos Estados Unidos onde competiu no Mundial da classe J-70 em Los Angeles. Ele lembrou de suas conquistas e sua relação com o Bruschetta: “O Evandro comprou o barco e entrou em contato para saber sobre ele. Então fiz uma clínica em maio para a tripulação. Chegando lá ele já tinha puxado toda a história do Bruschetta.
Voltar a velejar no barco sempre passa os grandes momentos que tivemos na equipe Bruschetta.  O time, os campeonatos, as conquistas. Foi um projeto super bem sucedido onde a nossa equipe era referência no Mundo. Ainda tenho ideia de voltar com o projeto em outra classe para colocar o Brasil outra vez no pódio”, disse Maurício Santa Cruz que destacou as principais características do veleiro : “Ele é um barco feito na Itália.  E a quilha e com um desenho diferente. Ela foi desenhada no máximo da regra. Para correr o Pan-Americano no Rio. Ele é bem ágil para a largada e menos planador em ventos folgados”.

O veleiro terá a forte concorrência na classe com o barco Lady Lou comandado por Torben Grael, bicampeão olímpico em Atlanta 1996 e Atenas 2004: “Correr na mesma raia que o Torben já é um grande privilégio que queremos que ele se orgulhe do esporte que ele e o Santinha tanto trabalham para ter reconhecimento”, seguiu Csordas.
A competição terá também o Campeonato Brasileiro da ORC, a principal classe de Oceano no país, contando com outros grandes nomes do esporte como Lars Grael, duas vezes Bronze nos Jogos Olímpicos em Seul 1988 e Atlanta 1996, que virá no veleiro Avohai, além de Eduardo Souza Ramos, multicampeão no esporte e velejador olímpico que disputa a segunda competição com o Phoenix, o barco mais moderno do país que ficou pronto recentemente. O evento comemora os 60 anos do Ubatuba Iate Clube.

Aline Bassi / Balaio de Ideias


“Será um evento fantástico, não dá para perder . Somos sempre muito bem recebidos, Ubatuba Iate Clube, organização impecável de todos, regatas ali nas proximidades da Ilha Anchieta e esse ano ainda fortalecido por ser o Campeonato Brasileiro de Vela de Oceano”, disse Lars Grael.
O 12º Ubatuba Sailing Festival terá também a disputa do Brasileiro entre os barcos Clássicos onde alguns dos veleiros, como o Lady Lou, poderão acumular duas conquistas nacionais nesta classe e no BRA-RGS. Estão confirmados tradicionais barcos como o Kameha Meha e o Cangaceiro na disputa.

“Ubatuba tem se destacado muito positivamente com novos velejadores e a gente vem percebendo um crescimento significativo da vela na região. A posição privilegiada da região propicia isso, estamos perto de Ilhabela que é grande polo de regatas, próximo do Rio de Janeiro, então a escolha de Ubatuba como Brasileiro é muito acertada”, revelou  Alex Calabria, do veleiro Áries e diretor-adjunto de Vela do Ubatuba Iate Clube.

A expectativa é de superar a marca de 2020 quando vieram 42 barcos, na época Campeonato Paulista de oceano: “Nosso objetivo é ter na casa dos 40 ou mais barcos. Além do Brasileiro de ORC e BRA-RGS, teremos a Bico de Proa e BRA-RGS Clássicos convidadas para o 12º Ubatuba Sailing Festival”.

O Campeonato Brasileiro de Vela de Oceano, 12º Ubatuba Sailing Festival, tem o patrocínio da International Tintas é uma realização do Ubatuba Iate Clube, com o apoio da Associação Brasileira de Vela de Oceano.

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