ESPORTE Vela

Maior medalhista olímpico da vela do País é atração na 74ª Regata Santos-Rio

Crédito: Torben Grael na Star
(Martinez Studio / SSL)

Torben Grael é um velejador que está entre os sinônimos de vela no Brasil, tanto nas classes olímpicas, como na oceânica. Disputou seis Olimpíadas e conquistou cinco medalhas, sendo duas de ouro, a exemplo de Robert Scheidt. Detém o recorde de sete vitórias na Regata Santos-Rio, além de ter conquistado por seis vezes a Fita Azul (primeiro barco a cruzar a linha de chegada). Torben estima que, na próxima sexta-feira (25/10), largará, aproximadamente, pela 20ª vez rumo à Baía de Guanabara.

O atleta de 64 anos estará no leme do Magia IV, um ILC 30, com o qual venceu surpreendentemente a Santos-Rio em 2004. “Vencemos com um barco de apenas 30 pés, uma regata que foi toda de contravento. Buscamos táticas mais favoráveis e acabamos superando as tripulações das embarcações maiores”. Neste ano, os filhos Marco e Martine, também bicampeã olímpica, estarão ao lado de Torben. A exceção, será a esposa Andrea, que ficará em terra, responsável pela neta Serena, de 4 anos, filha de Marco. Das 19 medalhas olímpicas da vela, sete estarão a bordo do Magia iV, sendo metade das oito de ouro, ou seja, quatro.  

O bicampeão olímpico participou pela primeira vez da Santos-Rio em 1978, mas se lembra com muito carinho da regata de 1995. “Quebramos um recorde de mais de 20 anos do lendário Wa Wa Too, com o Polibrasil, um Farr 42. Largamos com a entrada de uma frente fria e naquela época a passagem pelo Canal de São Sebastião era obrigatória. Ficamos parados por uma hora na Ponta das Canas e quando conseguimos sair do canal, estouramos os balões. Tivemos de seguir de genoa até o Rio. Se pudéssemos navegar por fora de Ilhabela, o tempo de 21 horas e alguns minutos seria ainda mais reduzido”, recorda Torben. O H3+, do irmão Lars Grael, venceu no tempo corrigido.    

“A tradição da regata é que nos motiva a participar a cada nova edição. Geralmente o vento é fraco, ou um contravento, e esporadicamente um vento mais forte quando coincide de entrar uma frente fria  Nas primeiras edições era muito difícil de se velejar no vento fraco com barcos mais pesados, de madeira. Hoje, temos barcos mais leves, que performam muito bem com menos vento”, afirma Torben, que em sua primeira vitória, em 1990, com o Magia II Blaupunkt, correu com Eduardo Souza Ramos, detentor de quatro vitórias e cinco Fitas Azuis.  

Quatro vezes campeão mundial, campeão da Regata Volta ao Mundo, dos Jogos Pan-Americanos e da Louis Vuitton Cup, Torben relata os desafios que a Santos-Rio oferece em suas 200 milhas (360 km). “Já passamos fome porque esquecemos de levar o gás, já passamos muito frio e já tomamos muita chuva. Cada regata é uma história e exige máximo cuidado na preparação. São muitas providências, mas é sempre muito interessante”, considera Torben.   

Show no mar, na terra e no ar – A largada oferecerá ao público da Baixada Santista a cerimônia que já se tornou tradicional nos últimos anos, com o Deck do Pescador, na Ponta da Praia, reservado a partir das 10h para quem for acompanhar o Desfile dos Barcos. A Autoridade Portuária suspenderá o tráfego de navios mercantes antes da largada. A Marinha do Brasil participará com seus navios, com a Banda de Fuzileiros Navais e fará a escolta dos barcos até o Rio de Janeiro, enquanto a Força Aérea Brasileira apresentará o show da Esquadrilha da Fumaça.   

Inscrições para a Santos-Rio – Podem ser feitas nas classes ORC, BRA-RGS,RGS Cruiser, RGS Clássicos e Mini 6.5 pelos e-mails: nautica@icsantos.com.br e vela@icrj.com.br até às 10h30 de 25/10. A Santos-Rio, organizada pela parceria entre o Iate Clube de Santos (ICS) e o Iate Clube do Rio de Janeiro (ICRJ), tem os apoios da CBVela e da ABVO – Associação Brasileira de Veleiros de Oceano.