Livio Bruni Junior nasceu em Copacabana, no dia 27 de abril de 1952. Ele morou na rua Sá Ferreira e teve como vizinho o companheiro de toda vida, Tito Rosemberg.
Assim como outros surfistas, Livio passou pelo madeirite antes da sua primeira prancha de fibra, uma Dextra que pertenceu a Jorge Paulo Lemann, carioca que ficaria conhecido pela sua brilhante atuação no mundo dos negócios. A prancha Dextra, construída com longarina de balsa, era tão pesada que os amigos se revezavam para carregar até a praia.
Numa época em que as praias da Barra da Tijuca, do Recreio e da Macumba ainda eram desertas de surfistas, Livio frequentava a casa do tio em cima da pedra da Praia da Macumba. Para chegar na Prainha só pelo mar, pois ainda não havia caminho por terra.
Nesses bons tempos, a turma formada pelo Barriga, Ciro, Proença, Maraca, Tito, Penho, Rico, Gustavo Carrera, Fernanda Guerra, Maria Helena e tantos outros da geração de 60’ desbravava novos picos e disseminava a nova cultura de praia.
Livio era filho de Livio Bruni, produtor e empresário de mais de duas centenas de salas de cinemas espalhadas pelo país, o Cine Bruni. Ao lado do amigo e cineasta Hector Babenco, a Bruni Produções Cinematográficas produziu entre outros filmes, Lúcio
Flávio – o Passageiro da Agonia e Pixote. Na produção de Pixote foram aproveitadas cenas do filme Nas Ondas do Surf, primeira produção do filho, Livio Bruni Junior.
O filme Nas Ondas do Surf surgiu de uma ideia com Maraca e Gustavo Carreira, na ocasião do Primeiro Campeonato Internacional de Surf no Brasil, a origem do Waimea 5000, disputado no Arpoador, em 1976, com participação de Mike Purpus, Michael Ho,
Jeff Crawford, Rell Sunn e Jericho Poppler entre outros surfistas internacionais. Livio participou da organização ao lado de Nelson Machado das Lojas Waimea e de Flavio Dias e Alberto Pecegueiro da revista Brasil Surf e contou com apoio internacional de
Randy Rarick e Fred Hemmings, fundadores da IPS (International Professional Surfers).
Livio pensou num filme sobre o campeonato, mas a produção de 35mm acabou ganhando uma nova dimensão, com cenas captadas de surfistas brasileiros em Paracuru (CE), Saquarema (RJ), no Havaí e outros picos. A trilha sonora do filme marcou o
lançamento da banda A Cor do Som.
Lançado em 1978 em todo o Brasil, o filme resultou em um público de mais de 1,1 milhão de pessoas. Foi um avanço para a nova geração e um deleite para os velhos surfistas. Nas Ondas do Surf é uma deliciosa viagem no tempo com narração de Sérgio
Chapelin, direção de Livio Bruni Junior, roteiro de Alberto Pecegueiro e produção de Rossini “Maraca” Maranhão. O sucesso do primeiro longa-metragem de surfe brasileiro acabou incluído no catálogo da EOS, a Enciclopédia do Surf. Na época o filme projetou
Livio, Maraca e Bocão para a televisão, onde o trio conduziu o “Surf no Set”, na Band.
O programa diário durou dois anos.
Livio não parou por aí. Ele viajou pelo mundo para produzir documentários e surfar.
Conheceu o Peru, Panamá, Chile, Costa Rica, Taiti, Bali, Grajagan, Maldivas, África do Sul, Ilha Reunião, Mundaka na Espanha. Morou na Califórnia, Austrália e também nas Ilhas Canárias onde experimentou ondas em todas as ilhas.
Livio Bruni Junior seguiu como produtor e diretor de cinema e assumiu os negócios herdados do pai, falecido em 2003, aos 78 anos.
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Crédito da Foto: Acervo Pessoal
Legenda da Foto: Maraca em pé, Livio Bruni Junior e Leovegildo Cordeiro “Radar”
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