ESPORTE Vela

Copa Mitsubishi – Circuito Ilhabela de Vela Oceânica 2024 – se encerra neste sábado

O mais regular evento da vela oceânica paulista termina com a mais desafiadora regata do ano, a Volta à Ilhabela.
Crédito: Aline Bassi / Balaio de Ideias

Dizem, no meio náutico, que o velejador que se preze precisa ter, ao menos, uma regata Santos-Rio no currículo. Uma nova tradição se forma e a este “currículo de velejador” acrescenta-se: ao menos uma regata Volta à Ilhabela também.

Esta regata parte das proximidades da Vila, centro de Ilhabela, chegando no mesmo ponto, o que soma aproximadamente 50 milhas náuticas (90 km) e é desafiadora porque as equipes encontram diferentes condições, tanto do regime de ventos, quanto nas condições do mar.

“A começar pelo próprio percurso, pois nós, como comissão técnica, só sabemos com exatidão a direção da regata praticamente na hora da largada. Embora contemos com a previsão meteorológica, decidir se largamos no sentido norte ou sul, depende dos ventos no dia da competição”, comenta Carlos Eduardo “Cuca” Sodré, diretor técnico da prova.

De uma forma geral, embora não seja regra, as equipes encontram mar mais favorável à navegação na área do Canal de São Sebastião (que separa Ilhabela do continente). Ao atingirem as porções de mar aberto tudo muda.

Ao norte da ilha as condições de vento leste costumam favorecer uma velejada até a Ponta Grossa, depois, o mar “cresce” e o vento tende a diminuir, exigindo mais manobras dos competidores. Ao sul da Ilha, mar “grosso” e ventos inconstantes (caso venham do quadrante leste) ou bem intensos, no caso de soprarem sul, completam o percurso em mar aberto. 

Retornando ao Canal, os desafios são a correnteza e os pontos de baixio (locais rasos em que a embarcação pode ter problemas com suas quilhas, até mesmo encalhar).

Vale lembrar que a sequência destes desafios pode variar dependendo do sentido da regata e são essas características que tornam a Volta à Ilhabela uma velejada extremamente técnica em que a vitória vem nos detalhes.

“A volta à Ilhabela é uma regata que a gente tem gosto em fazer. Em 2023 a gente conseguiu navegar bem até chegarmos ao Farol da Ponta do Boi, mas a partir daquele ponto, realmente o vento morreu. Ainda assim, conseguimos terminar mais cedo do que no ano anterior, quando chegamos às 4 da manhã”, comentou ao chegar, o comandante Jaime Cupertino, do veleiro Argos, que terminou a prova de 2023 após 8h 05′ 44” de navegação.

Ainda assim, distantes do recorde da regata, conquistado pela equipe Montecristo, no ano de 2014, quando completaram a regata após 6h 5 ’12 “, em um dia excepcional de vento.

Etapa será também de comemoração de um ano de muitas regatas

Somando-se as três etapas já decorridas neste ano, nada menos do que 22 regatas já foram corridas pela Classe C30, 19 pela Classe HPE, 16 pela ORC e 14 pela RGS. 

“Essa quantidade grande de regatas que um circuito disputado ao longo de um ano inteiro permite realizar faz com que as equipes tenham muita competitividade. Não é um dia ruim, ou, ao contrário, um dia excepcionalmente bom, que são determinantes para a conquista do campeonato. A equipe mais regular é a que acaba conquistando a Copa”, reforça Cuca.

O clima de confraternização vai ser reforçado com dois eventos sociais durante esta etapa. Na sexta-feira, 29 de novembro acontece o coquetel de confraternização dos velejadores no restaurante Makai. No domingo, o ano se encerra com um grande almoço no Yacht Club de Ilhabela, local que sediará a premiação da Volta à Ilha e também do acumulado de 2024.

Antes da largada, os veleiros farão ainda um desfile em frente ao píer da Vila, que contará com um narrador apresentando as equipes para o público presente, a partir das 10h30 do dia 30.

As inscrições para a 24ª Regata Volta à Ilhabela – Sir Peter Blake estão abertas para os veleiros das classes ORC, BRA-RGS, RGS Cruiser, C30 e HPE25 e podem ser feitas no site do evento: www.circuitoilhabela.com.br

A Copa Mitsubishi – Circuito Ilhabela de Vela tem organização e realização do Yacht Club de Ilhabela, patrocínio da Mitsubishi Motors e apoios da Prefeitura Municipal de Ilhabela, Balaio de Ideias, e-ventos, Jornal Ancoradouro, Control Service, ABVO e FEVESP.