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Baianos são campeões brasileiros de Snipe pela primeira vez

Os baianos Juliana Duque e Rafael Martins conquistaram neste sábado (29) o título do Campeonato Brasileiro de Snipe, evento disputado no Iate Clube do Espírito Santo, em Vitória (ES), com 35 duplas de nove estados do País. Os medalhista pan-americanos assumiram a liderança da competição no segundo dia e administram a vantagem até as regatas finais. Foi o primeiro ouro em campeonatos nacionais da dupla na categoria.

Os representantes do Yacht Club da Bahia eram apontados como favoritos ao primeiro lugar, mas tiveram que provar na água essa previsão! Foram quatro vitórias em oito provas disputadas na edição de número 72 do campeonato.

A medalha de prata ficou com os baianos Bernardo Peixoto e Lucas Gabor Urmenyi, que levaram o título júnior, e o bronze com os bicampeões mundiais Bruno Bethlem e Dante Bianchi. As regatas finais foram disputadas na manhã de sábado em virtude da entrada da frente fria na capital capixaba no período da tarde.

”É um momento muito especial para nós! Nosso primeiro campeonato. As regatas foram em cenários diversos, com ventos fracos e mais fortes. Antes eu velejava apenas de feminino, mas é tudo questão de querer e treinar. Podemos velejar em qualquer modalidade ou classe”, afirmou Ju Duque.

A fase de Juliana Duque na classe Snipe é provavelmente a melhor de sua carreira! Ao lado do marido Rafael Martins, a timoneira baiana faturou o bronze nos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019. Em 2020, os dois ficaram no Top 10 do Mundial de Snipe de Ilhabela (SP) e no ano seguinte, em 2021, ganharam o Paulista. Juliana também foi campeã mundial em São Paulo (SP) ao lado de Mila Beckerath.

”Estamos muitos felizes! Nunca pensei de chegar em um nível desse. Ganhamos um campeonato com pouco vento na Guarapiranga, zona Sul, em São Paulo. Já aqui teve muito vento, a expectativa era grande para velejar no campeonato. Na última edição quase ganhamos e ficou um gostinho de querer mais! Enfim, conseguimos. Estamos muito felizes! Isso é fruto do nosso trabalho é nós velejamos muito de snipe para conquistar o título!”’, contou Juliana Duque.

A categoria Snipe é uma das mais concorridas do país. Já passaram por ela os maiores nomes da modalidade, como Torben Grael, Lars Grael e Robert Scheidt. O Brasil detém os títulos mundiais no geral e no feminino. No ano de 2019, em Ilhabela (SP), Henrique Haddad e Gustavo Nascimento foram os vencedores.  

”Começamos muito novos no Optimist e competindo na mesma época. Foi uma ótima experiência para nós dois juntos. As águas de Vitória são muito boas! Amamos velejar aqui”, comemorou Bernardo Peixoto.

Outro destaque do campeonato foi a capixaba Odile Ginaid. A atleta, que fez duas campanha olímpicas, competiu o brasileiro de Snipe grávida do menino Dante de 31 semanas. A gestação foi mais um motivo especial para a velejadora, que em breve terá mais histórias para contar! ”Foi maravilhoso velejar grávida!”

”Consegui bater o peso de 70kg e o barco snipe é super favorável para velejar. Sempre velejei, desde pequena! Foi minha segunda competição e amei! Após a gravidez, quero voltar e continuar velejando em campeonatos”, contou Odile.

A primeira edição oficial do Brasileiro de Snipe foi realizada em 1949, onde a conquista ficou com Joseph William Morris Brown e Peter Mac Gregor. Outros dois campeonatos nacionais foram disputados em 1945 e 1947. O maior campeão nacional é Alexandre Paradeda com 13.Lista de campeões

1949 – Joseph William Morris Brown / Peter Mac Gregor
1951 – Paulo Von Schilgen/ Jorge Burns
1952 – Ademar Bezerra de Melo/ Arnaldo Bastos
1955 – Gabriel Gonzales / Nelson Piccolo
1956 – Gabriel Gonzales / Nelson Piccolo e Alfredo Bercht / Eduardo Jacobson
1957 – Kurt Keller / Sérgio Christo
1958 – Gabriel Gonzales / Nelson Piccolo
1959 – Gabriel Gonzales / Nelson Piccolo
1960 – Gabriel Gonzales / Nelson Piccolo
1965 – Axel Schmidt / Erik Schmidt
1966 – Nelson Piccolo / Carlos Lorenzi
1967 – Nelson Piccolo / Carlos Lorenzi
1968 – Cristiano Pontes / José Pontes
1970 – Axel Schmidt / Arnaldo Caldas
1971 – Gastão Altmayer / Host Brandau
1974 – Marco Aurélio Paradeda / Reiner Weipercht
1975 – Marco Aurélio Paradeda / Herbert Heidrich
1976 – Marco Aurélio Paradeda / Luiz Penjovic
1978 – Ivan Pimentel / Alex Weil
1979 – Boris Ostergrin / Ernesto Naugenbauer
1980 – Torben Grael / Lars Grael
1981 – Torben Grael / Lars Grael
1982 – Pedro Bulhões / Ricardo Stabile
1983 – Paulo Santos / Marçalo Santos
1984 – Paulo Santos / Cássio Ashauer
1985 – Paulo Santos / Cássio Ashauer
1986 – Paulo Santos / Cássio Ashauer
1987 – Torben Grael / Luiz Marcelo Maia
1989 – Paulo Santos / Ricardo Santos 
1990 – Torben Grael / Anders Schmidt
1992 – Alexandre Paradeda / Caio Vergo
1993 – Ivan Pimentel / Anders Schmidt 
1994 – George Nehm / Fernando Krahe
1995 – Alexandre Paradeda / Flávio Fernandes
1996 – Alexandre Paradeda / Flávio Fernandes
1997 – Alexandre Paradeda / Flávio Fernandes
1998 – Alexandre Paradeda / Flávio Fernandes
1999 – André Otto Fonseca / Rodrigo Duarte
2000 – André Otto Fonseca / Rodrigo Duarte
2001 – Alexandre Paradeda / Eduardo Paradeda
2002 – Ivan Pimentel / Felipe Novelo
2003 – Bruno Bethlem / Dante Bianchi
2004 – Alexandre Paradeda / Roberto 
2005 – Bruno Bethlem / Pedro Tinoco 
2006 – Bruno Bethlem / Dante Bianchi
2007 – Bruno Bethlem / Dante Bianchi
2008 – Bruno Bethlem / Dante Bianchi
2009 – Bruno Bethlem / Dante Bianchi
2010 – Bruno Bethlem / Dante Bianchi
2011 – Alexandre Paradeda / Gabriel Kieling
2012 – Bruno Bethlem / Dante Bianchi
2013 – Bruno Bethlem / Dante Bianchi
2014 – Alexandre Paradeda / Gabriel Kieling
2015 – Alexandre Paradeda / Lucas Aydos
2016 – Mateus Tavares / Gustavo Carvalho
2017 – Alexandre Paradeda / Lucas Mazim 
2018 – Alexandre Paradeda / Lucas Mazim 
2019 – Alexandre Paradeda / Gabriel Kieling
2020 – Matheus Tavares / Flavio Castro
2022 – Juliana Duque e Rafael Martins

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