ESPORTE Marinha Vela

Atletas da vela da Marinha do Brasil concorrem a prêmio internacional

Fonte: Agência Marinha de Notícias
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Atletas da vela da Marinha do Brasil (MB), os Terceiros-Sargentos Geison Dzioubanov e Geórgia da Silva estão concorrendo ao prêmio “Atleta CISM 2023. Essa premiação visa homenagear atletas de destaque que não só demonstram conquistas desportivas excepcionais, mas também incorporam e elevam a visibilidade dos valores fundamentais do Conselho Internacional do Esporte Militar (CISM), como disciplina, empatia pessoal, adesão às regras e comportamento adequado.

Com o lema “Amizade através do Esporte”, o CISM, fundado em 1948, se dedica a reunir o pessoal das Forças Armadas de todas as nações por meio de atividades esportivas, possibilitando, assim, o treinamento físico, a prontidão militar e a educação para as Forças.

O processo de escolha abrange algumas etapas e os candidatos elegíveis são atletas da ativa que participaram de eventos esportivos em âmbito mundial. A primeira fase envolveu uma votação pública online para os candidatos pré-selecionados, resultando na escolha da Sargento Geórgia da Silva como uma das favoritas, com 57% dos votos. Além do Brasil, outros 10 países participaram da disputa inicial: Áustria, Cazaquistão, França, Lituânia, Marrocos, Polônia, República Dominicana Romênia, Suíça e Tanzânia.

As demais etapas incluem: comissão de seleção, em que representantes de todos os continentes irão propor o melhor candidato, masculino e feminino; aprovação do Conselho de Administração; e homenagem aos atletas do ano na 79° Assembleia Geral, que ocorrerá no período de 12 a 19 de maio, na Tanzânia. Durante todo o processo de seleção, são considerados os atletas que contribuem para a promoção dos valores fundamentais do CISM.

A MB, comprometida com a promoção do esporte militar, tem prestado apoio a atletas de alto rendimento, proporcionando um ambiente propício para o desenvolvimento atlético e a representação nacional nas competições internacionais.

Um exemplo disso é que a Força conquistou, de maneira inédita, os títulos de Atleta do Ano de 2022 nas categorias masculina e feminina, simultaneamente, com a  premiação do Suboficial Max Leal dos Santos e da Terceiro-Sargento Áila Alves Miranda, ambos da equipe de Pentatlo Naval.


Atletas da Marinha vencem o Campeonato Mundial de Vela do CISM – Imagem: Marinha do Brasil

Nesta entrevista, os atletas destacaram o papel fundamental da MB no desenvolvimento de suas carreiras esportivas. Eles compartilharam superações de desafios e a importância dos valores da Força em suas vidas dentro e fora das competições. Confira:

Agência Marinha de Notícias (AgMN): Como vocês se sentem sendo indicados pelo CISM para concorrer ao prêmio “Atleta CISM 2023” e quais foram as conquistas mais significativas que levaram à indicação ao prêmio?

Geórgia da Silva: Ser indicada como atleta do ano foi uma surpresa e me sinto honrada. Entre as minhas conquistas, destacaria o Mundial Militar de Vela, em junho de 2023, na Grécia, que venci ao lado da minha equipe, os Sargentos Geison Mendes, Gustavo Thiesen, Thiago Quevedo e Breno Kneipp.
Geison Dzioubanov: Foi uma indicação inesperada, pois nos anos anteriores não houve indicação de nenhum dos atletas brasileiros (da vela). Portanto, fiquei surpreso e feliz com a indicação do CISM. Em 2017, fui campeão nórdico militar com a equipe brasileira; em 2018, campeão mundial militar; e, em 2019, campeão dos Jogos Mundiais Militares. Todos os títulos na modalidade vela como timoneiro, mas em embarcações diferentes.

AgMN: Considerando os critérios de seleção, como empatia social, disciplina, adesão às regras e comportamento adequado, como vocês incorporaram esses valores em suas práticas esportivas?

Geórgia da Silva: Acredito que, em qualquer competição, o resultado vem de qualidades que desenvolvemos em nós e praticamos durante as regatas. Ganhar um campeonato sem jogar justo, sem ser gentil com o próximo, sem aderir às regras não é uma vitória verdadeira.
Geison Dzioubanov: Acredito que são valores que aprendemos no esporte, que praticamos e somos ensinados a seguir com maior rigor quando nos tornamos militares. Portanto, acredito que são valores que utilizo em tudo na minha vida e não só na prática do esporte.

AgMN: Como as tradições e valores da Marinha influenciam suas práticas esportivas e a forma como representam a Instituição nas competições internacionais?

Geórgia da Silva: No esporte, aprendemos que a disciplina e a consistência são importantes para alcançar nossos objetivos. A Marinha reforçou esses conceitos, principalmente, quando realizei o treinamento militar, ao ingressar na Instituição.
Geison Dzioubanov: Nossa maior preocupação como atletas, além dos resultados, é a nossa conduta. O respeito e a disciplina que a Marinha nos traz são premissas que seguimos rigorosamente em todos os momentos e, em especial, quando competimos fora do Brasil, pois nossas atitudes e comportamento refletem a imagem do nosso Brasil e da Marinha.

AgMN: Como a vela influenciou suas vidas fora do cenário esportivo, seja em termos de disciplina, trabalho em equipe ou outras áreas?

Geórgia da Silva: O esporte me ensinou valores como foco, disciplina, perseverança, resiliência. Quando vou em busca dos meus objetivos, busco praticar o que aprendi.
Geison Dzioubanov: Não só a vela nos ensina a trabalhar em equipe, mas também a Marinha. Acredito que o curso que fazemos no momento da incorporação nos ajuda, não só a seguir regras, mas, principalmente, a liderar e isso é fundamental na vela, pois temos que saber nos comunicar e trabalhar para extrair o melhor de cada membro da tripulação.

AgMN:  Em termos de futuro, quais são seus objetivos e aspirações no esporte militar e na vela?

Geórgia da Silva: A vela faz parte de mim, pretendo seguir velejando sempre. Em 2025, encerro minha carreira na Marinha com alegria e feliz por essa experiência maravilhosa. Sou grata ao PROLIM (Programa Olímpico da Marinha), ao Comandante Montes e a todos que me ajudaram e me apoiaram nessa trajetória.
Geison Dzioubanov: Estou no meu último ano na Marinha, pois agora em junho fecho os oito anos (tempo limite do Serviço Militar Voluntário). Entretanto, sigo competindo em alto rendimento e tenho certeza de que fazer parte da equipe da Marinha estendeu a minha carreira como atleta e me ensinou muitos valores que contribuem para os resultados que tenho hoje.

Fonte: Agência Marinha de Notícias
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