O chamado vento terral, de quadrante noroeste, com rajadas acima de 20 nós (40 km/h), trouxe emoção à regata local (in port race) com largada ao meio-dia desta sexta-feira (25/10) na Baía de Santos. Antes de partirem para mar aberto, no Atlântico Sul, os 28 barcos competiram entre as Ilhas Porchat e Urubuqueçaba, permitindo que o público na orla acompanhasse as manobras repletas de ousadia.
Desde o desfile das embarcações, às 10h30, com passagem rente ao Deck do Pescador, o público não arredou pé do local, ansioso para acompanhar a largada, mesmo à distância, ao som da Banda dos Fuzileiros Navais do 8º Distrito. Devido ao excesso de vento, a apresentação da Esquadrilha da Fumaça foi suspensa. Apesar da ventania, estima-se uma frequência rotativa de aproximadamente mil pessoas no Deck.
O experiente velejador Luiz Fernando Dancini, do Iate Clube de Santos, acompanhou a flotilha até fora da barra em uma lancha do ICS. “O Phoenix foi o primeiro a dar o jibe (mudar a direção da proa a favor do vento) já no rumo de Ilhabela, seguido por Duma e Inaê. O vento estava muito forte perto da costa, mas foi enfraquecendo no través e voltou a aumentar de intensidade após a Ilha da Moela. Por isso, Torben Grael, com o Magia IV, e Maximus optaram por uma linha mais costeira”, relatou Dancini, respeitado trimmer do Asbar IV.
“A frente fria deve afastar-se para o mar, o noroeste acalmar, e o sudoeste, entrar com menos intensidade, mas o suficiente para levar os barcos até o Rio de Janeiro”, acredita Dancini com sua vivência de cinco regatas Santos-Rio. Assíduo nas raias de Santos e Ilhabela, o velejador santista compete ao lado de Jonas Penteado, com 33 Santos-Rio, comandante do Asbar IV e vice-comodoro do ICS, há 45 anos, desde a Classe Soling.
Iate Clube de Santos – Há 77 anos, final da década de 1940, surgia o Guarujá Yacht Club, criado na noite chuvosa de 04 de junho em uma reunião de amigos apaixonados pelo mar, que necessitavam de águas tranquilas para ancorarem suas embarcações com segurança. Na década de 1960, a diretoria decidiu alterar o nome da instituição para Iate Clube de Santos com o objetivo de tornar o clube mais conhecido, afinal, Santos era uma cidade conhecida internacionalmente e de grande relevância graças ao maior porto da América Latina.
Com o passar dos anos, o clube foi crescendo em número de associados e em patrimônio. Assim, sua primeira casa, a sede Guarujá, foi construída com madeira de contêineres usados no mercado automobilístico. Hoje, 77 anos depois, possui uma das melhores infraestruturas de lazer e serviços náuticos do litoral paulista, distribuídos em uma área de 105 mil metros quadrados.
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