Expedições

Na espera pelo Oceano Ártico

Bom dia queridos amigos!


Notícias de Tuktoyaktuk, nosso ponto de partida.


Estamos entrando nosso décimo sexto dia aqui no Oceano Ártico, ainda na espera de uma janela de meteorologia. Ou melhor, na abertura do gelo.


Este ano o verão atrasou três semanas, e por isso ainda estamos com dificuldade de chegar em Paulatuk, nossa primeira escala.


Temos agora uma boa chance na terça-feira dia 19 de julho, pois tivemos uma semana de bastante vento.
Muito vento é bom porque provoca ondas, e ondas quebram as banquisas de gelo facilitando o trabalho do vento em dispersar os blocos.


Havia uma perspectiva de ser um ano com pouco gelo, pois o inverno atrasou e as banquisas na opinião dos Inuits deveriam estar finas.


A minha conclusão é que ninguém sabe ao certo como o gelo se comporta.


O que acontece agora é que teremos menos tempo para fazer a viagem.


A Passagem Noroeste é famosa por esta imprevisibilidade, e a cada ano ela começa a abrir por um lado. Este ano fomos premiados.


Esperar todo este tempo aqui foi um teste mental não só pelo tempo, como pelo calor e mosquitos.
Fomos atacados do nuvens de mosquitos nos dias quentes. Melhorou nos últimos três dias que esfriou muito, batendo dois graus.


O nosso barco, o Igloo não foi projetado para calor, e tão pouco nós que viemos para cá esperando o frio.
O barco está mais pronto do que nunca, e em poucos dias esperamos sair para o mar, precisamos velejar.
A comunidade aqui em Tuktoyaktuk nos recebeu muito bem, assim como algumas pesquisadoras que nos acolheram nestes últimos dias compartilhando internet.


Nunca um barco meu foi tão visitado antes de uma viagem. Esta noite eu estava dormindo e fui acordado com uma mulher gritando. Sai do barco meio sonado e me deparei com uma senhora e o filho segurando uma bandeja com morangos cobertos com chocolate.


Por aqui todos sabem quem somos, e caminhamos pela rua cumprimentando todo mundo. Tuk nos recebeu tão bem que parece que passaram cola no barco.


Em breve envio mais notícias.


Grande abraço
Beto Pandiani

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