Amor, não existe outra palavra que se aproxime do sentimento que sinto pelo mundo que escolhi viver, aprender, e desenvolver a minha espiritualidade.
Viagens servem para isso, para eu nunca deixar de lembrar que a cura está na conexão com a natureza.
Sentir a energia das montanhas, o frescor do vento, as longas retas que cortam milhões de pinheiros, e o horizonte que coloca tudo na sua devida proporção e importância.
Vastas porções de terra verde cheia de vida onde não existem pensamentos, só contemplação. Olhar, observar vales, cumes nevados, lagos, céu e nuvens expressivas já anunciando mudanças…
Mudanças serão uma constante, parece até antagônico, mas esta viagem nos levará por terra, água e gelo, e cada elemento mostrará muitas faces. As faces da constante inconstância que a Vida toda hora nos oferece.
A minha janela é um filme vivo ainda sem fim, e sem pressa uma história está sendo contada e escrita ao mesmo tempo.
Em algum lugar a frente alguém me aguarda, eu sei disso. Já viajei muito para ter certeza que alguns olhares marcaram encontros, mesmo por alguns minutos.
Já naveguei muitas milhas para dar um aperto de mão que trouxe um ensinamento que me faltava. Só viajando a minha percepção fica alerta sobre a necessidade que tenho de encontros. A natureza abre um espaço no meu coração para o sentir deixando o pensar mais quieto, assim permito que a viagem tome conta de mim. Seria como não estivesse mais viajando, mas me tornando a viagem, desta forma não sou mais protagonista, quem sabe um observador de mim mesmo, um pouco mais isento, e livre para me entregar para o imponderável sem guardar expectativas.
Seria este o verdadeiro espírito do viajante?
Para mim viagem está relacionada ao desapego, e nada como se entregar intensamente a este pedacinho de Vida que me foi oferecido.
Dedico esta reflexão a todas as pessoas que entendem que não existe separação em partir ou chegar.
Amo partir porque também amo chegar.
Beto Pandiani
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