ESPORTE Vela

Argentino naturalizado agrega conhecimento ao Brasil em busca do título da SSL Gold Cup

Crédito: SSL Gold Cup

Com 17 anos de experiência em regatas olímpicas e oceânicas, Alfredo Rovere tem grandes ambições na primeira edição da SSL Gold Cup. Nascido em Buenos Aires, na Argentina, o atleta vive no Brasil desde 2000 e obteve a naturalização há seis anos.

Conquistar o título da Copa do Mundo de nações da vela seria uma demonstração de amor ao país que o acolheu. O velejador tem amplo conhecimento para agregar ao barco brasileiro e ganhou a confiança do estrelado grupo de medalhistas olímpicos e mundiais. Além de se dedicar à vela, Rovere é formado em Administração de empresas, pelo IBMEC-RJ, e em Yacht Design, pelo Westlawn Institute of Marine Technology, nos Estados Unidos. O proeiro levará o número 1 nas costas de seu uniforme.

A SSL Gold Cup, que conta com 56 embarcações ao todo, já deu a largada para o qualificatório. O SSL Team Brazil, comandado pelo bicampeão olímpico Robert Scheidt, entra em ação diretamente nas oitavas de final por ter se classificado entre os 25 melhores do ranking da Star Sailors League. “Sou o responsável pelas manobras de içado e arriado das velas e, durante a pré-largada, passando informação de tempo e distância para conseguirmos cruzar a linha de largada com a máxima velocidade e na posição determinada previamente pelo tático e o estrategista”, explicou Rovere.

A fase decisiva da SSL Gold Cup será realizada entre os dias 28 de outubro e 20 de novembro, na cidade de Manama, no Bahrein. Até lá, Alfredo Rovere e seus companheiros treinam e observam os possíveis rivais. “Tenho acompanhado as notícias e os resultados da fase de grupos, que vem acontecendo desde o mês passado, em Grandson, na Suíça, mesmo local onde teremos a segunda sessão de treinos com a equipe brasileira entre os dias 7 e 14 de agosto”, comentou Rovere.  A SSL Gold Cup terá um formato inovador para a vela, uma vez que levará ao público um sistema de eliminatórias parecido com o da Copa do Mundo de futebol da FIFA. A intenção é proporcionar mais visibilidade e emoção ao esporte.

A competição oferece um desafio singular com oportunidades iguais para todas as 40 equipes, que correm exatamente no mesmo barco, o SSL 47, um veleiro de alto- desempenho de 14 metros, entregue pela organização.

Além do chamado Brazilian Storm, apelido dado à equipe brasileira, a SSL Gold Cup terá os melhores velejadores do mundo como Ian Williams e Sir Ben Ainslie (SSL Team GBR), Tom Slingsby (SSL Team Austrália), Anne-Marie Rindom (Dinamarca), Xavier Rohart (SSL Team France), Taylor Canfield (SSL Team United States) e outros mais.

Novo palco das finais aprovado

Uma curiosidade é que a fase final da competição também seria na Suíça, mas mudou para o Oriente Médio na última semana. Para a equipe verde e amarela, há uma vantagem: o clima lá é mais parecido com o do Brasil do que a Suíça, reconhecida pelas geleiras e pela neve.  “Gostei da indicação do Bahrein para receber a etapa final da SSL. Acredito que vai ser um excelente local para um evento como este”, destacou Alfredo, que defendeu o Brasil no vice-campeonato do evento-teste do ano passado, também na Suíça.  Cada país tem 11 atletas. O CEO do SSL Time Brasil é Bruno Prada, que tem duas medalhas olímpicas no currículo na classe Star.

Além de Alfredo, o Brasil é representado por Robert Scheidt, o comandante da embarcação, Martine Grael, Kahena Kunze, Gabriel Borges, Henrique Haddad, João Signorini, Henry Boening Maguila, Jorge Zarif, Mário Trindade e Juninho de Jesus.   Rovere já foi 13 vezes campeão brasileiro, entre diferentes classes, além de colecionar títulos como o do Mundial de Optimist, uma das portas de entrada para a vela profissional, em 1994. Ele também é tricampeão mundial na classe J24, em 2007, 2009 e 2012, e vice-campeão mundial em outras quatro oportunidades: duas com a J24 e duas pela ORC.

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