ESPORTE Surf

Aloha Jack McCoy, um filme de surfe 

Por Gabriel Pierin
Movido da sua paixão pelo oceano e pelas ondas, Jack McCoy moldou uma carreira de mais de quatro décadas, tornando-se uma figura icônica no mundo do cinema de surfe. Nascido em Los Angeles, em 1948, Jack mudou para Kailua, no Havaí, em 1954, onde cresceu ao lado de lendas como Gerry Lopez e Dennis Pang.


Em 1970 decidiu ficar na Austrália, ao contrário do infortúnio de muitos jovens que seguiam para a Guerra do Vietnã, e logo se envolveu com a produção de filmes, começando pelo seu clássico Tubular Swells, lançado em 1976, ao lado do fotógrafo Dick Hoole.

Sem formação acadêmica em cinema, Jack era um autodidata. Obstinado, carismático e criativo tornou-se um mestre na cinematografia aquática. Seus filmes Storm Riders, The Green Iguana, Blue Horizon e A Deeper Shade of Blue são reconhecidos por capturar a beleza, a
emoção e o espírito do surfe. Usando técnicas inovadoras como filmagens em câmera lenta, Jack e suas obras ajudaram a transformar o esporte, elevando o surfe a uma arte visual e cultural sem precedentes, inspirando gerações de surfistas e cineastas.

Ao longo dos anos, Jack McCoy também se dedicou à causa ambiental, apoiando organizações como a Surfrider Foundation. Sua influência foi fundamental na criação de eventos como o Billabong Challenge, que levou os melhores surfistas do mundo a locais remotos da Austrália Ocidental, promovendo a união da comunidade do surfe.

Jack era uma pessoa generosa, com um senso de humor contagiante e uma profunda conexão com sua família. Sua esposa Kelly foi sua parceira na vida e na produção de seus filmes. Mesmo enfrentando desafios de saúde, Jack continuou sua missão de inspirar e educar, viajando, filmando e compartilhando seu amor pelo mar. Sua última turnê de cinema, celebrou os 20 anos de história do Blue Horizon. A versão remasterizada percorreu a Austrália entre abril e maio e foi o seu Adeus às grandes telas.

A morte de Jack McCoy no dia 26 de maio, aos 76 anos, impactou profundamente o mundo do surfe e do cinema, mas sua memória o manterá para sempre vivo como artista, ativista, amigo e uma verdadeira alma do oceano. Sua visão e espírito Aloha continuarão pelas gerações futuras, a cada celebração pelo mar.

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Coordenador de pesquisas históricas do Surfe @diniziozzi – o Pardhal