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Marinha do Brasil e INB produzem pastilhas de combustível nuclear com energia equivalente a três barris de petróleo

A INB e a Marinha do Brasil, após anos de parceria, alavancam a produção de pastilhas de combustível nuclear com energia equivalente a três barris de petróleo

Foi fechado um Memorando de Entendimentos entre a Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM) e a Indústrias Nucleares Brasil (INB), em novembro de 2020, para a criação de processos produtivos e tecnológicos nucleares por meio de recursos e competências complementares de cada instituição. A parceria entre a INB e a Marinha do Brasil permitiu a criação de pastilhas de combustível nuclear que equivalem a três barris de petróleo.

Resultados da parceria entre a INB e a Marinha do Brasil

No ano passado, a ação tornou possível a celebração de um contrato entre o Centro Tecnológico da Marinha do Brasil e a INB para a produção de pastilhas de combustível nuclear (dióxido de urânio) UO2.

Entre os meses de agosto e dezembro do último ano, foram fabricadas pastilhas em que cada unidade possuía energia equivalente a aproximadamente três barris de petróleo. O produto fará parte do combustível nuclear do laboratório de geração de Energia Nucleoelétrica

Após a produção, as pastilhas da Marinha do Brasil e INB passarão por vários testes para a validação do projeto do elemento combustível relacionados a aspectos de segurança nuclear, visando atender os requisitos do processo de licenciamento.

A fabricação das pastilhas de combustível nuclear na INB para o LABGENE compõe um exemplo de avanço da cadeia produtiva de urânio, provinda da tecnologia autóctone criada e instalada no Brasil, possibilitando a evolução do Programa Nuclear da Marinha do Brasil.

Contrato da décima cascata de ultracentrífugas

Em dezembro do ano passado, as duas instituições assinaram um contrato que prevê o fornecimento de dez cascatas de ultracentrífugas para enriquecimento isotópico de urânio. De acordo com Guilherme Dionísio Alves, diretor do CTMSP, há 20 anos foi assinado o contrato que foi essencial, não só para a Marinha do Brasil, mas para todo o país.

Através desse contrato, foi possível desenvolver a tecnologia de fabricação e enriquecimento de ultracentrífugas. Esse contrato deve ser encerrado neste ano de 2022, com a entrega da décima cascata. Já Carlos Freire Moreira, presidente da INB, destacou a possibilidade de novos projetos criados em conjunto.

Segundo o presidente, há desafios para este ano e por isso vê a possibilidade de expansão de parcerias entre as entidades, sendo uma delas a de pastilhas de combustíveis.

INB realiza inauguração da nona cascata de ultracentrífugas

No mês de novembro de 2021, a INB inaugurou no Rio de Janeiro a nona cascata de ultracentrífugas da Usina de Enriquecimento Isotópico de Urânio, na FCN.  Com o início da operação da cascata, agora há a possibilidade de produzir 65% da demanda de Angra 1 por ano, o que equivale cerca de um aumento de 5% em relação à atual capacidade.

No evento de inauguração da nova usina no RJ, esteve presente o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que destacou a evolução do Programa Nuclear Brasileiro para expandir a matriz energética do Brasil, sendo considerada uma das fontes mais sustentáveis do mundo.

Marinha do Brasil desenvolve o primeiro submarino com tecnologia nuclear do país

No interior de São Paulo, a Marinha do Brasil está preparando os testes do primeiro submarino que usará um motor movido a tecnologia nuclear. A tecnologia foi totalmente criada em território nacional e compõe o projeto de renovação da frota de submarinos do Brasil. O motor com tecnologia nuclear está sendo montado no Centro Tecnológico da Marinha em Iperó, a 125 quilômetros da capital de São Paulo.

O motor utiliza uma tecnologia dominada em apenas seis países do mundo. Sendo eles: os Estados Unidos, Reino Unido, Rússia, França, Índia e China. No Brasil, foi recebida de forma inédita. Tudo está sendo criado com muito sigilo.

O Diretor do Centro Industrial Nuclear de Aramar, o Comandante Luís Cláudio Farina, destacou que o sigilo do projeto é para que haja uma maior segurança do submarino com tecnologia nuclear e do conhecimento gerado. Segundo o diretor, a missão é que esse conhecimento continue na Marinha do Brasil e não seja desviado para outros projetos que não sejam para fins pacíficos. Tudo é criado em tamanho real para que seja possível simular a operação do reator e fazer as modificações necessárias antes dos engenheiros instalarem de forma definitiva.

No centro tecnológico da Marinha do Brasil, os equipamentos também tem a função de monitorar a radioatividade da tecnologia nuclear, que é nociva ao corpo humano. Sendo assim, os testes de segurança são essenciais.