ESPORTE Vela

Medalhistas olímpicos em Tóquio destacam força da vela brasileira nos Jogos

Os medalhistas olímpicos da vela brasileira que estão no Japão para a Olimpíada de Tóquio 2020 participaram, nesta quarta-feira (14), de uma coletiva de imprensa promovida pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) e pela Confederação Brasileira de Vela (CBVela).

O bate-papo online contou com o chefe da delegação Torben Grael, Robert Scheidt, que fará sua sétima edição dos Jogos e também conta cinco medalhas, além das campeãs da Rio 2016, Martine Grael e Kahena Kunze, e da primeira mulher a subir no pódio na modalidade Fernanda Oliveira – bronze em Pequim 2008.

O encontro reuniu nada mais nada menos que 12 medalhas olímpicas entre os participantes. Todos destacaram as dificuldades enfrentadas pela COVID-19, mas mostraram confiança de trazer bons resultados do Japão e manter a tradição da vela nacional em Olimpíadas.

”Estou feliz! É um ciclo muito diferente dos Jogos. Eu vejo que 2021 estou mais preparado do que 2020. Essa pandemia foi ruim para todos, mas no meu caso foi bom para melhorar minha parte física e a velejada”.

”Independente de quantas olimpíadas, sempre existe um frio na barriga e eu amo competir. Não podemos prever nada, mas me sinto bem preparado. Agora é executar e jogar o jogo”, destacou Robert Scheidt, dono de duas de ouro, duas de prata e uma de bronze na história dos Jogos.

A partir desta quinta-feira (15), os atletas já começam a fazer seus primeiros treinos na raia. Os primeiros integrantes da delegação chegaram ainda no início do mês de julho ao local das competições e a última parte desembarcou na segunda-feira (12).

”Foram dias intensos até aqui. Hoje conseguimos colocar o mastro pra cima e pra gente, ir pra água será um alívio”, disse Martine Grael, ouro na Rio 2016 ao lado de Kahena Kunze.

”Eu me preocupo com a COVID-19, mas todos estão usando máscaras e fazendo distanciamento. Então sei que vai dar tudo certo. Vamos manter o cuidado já que é uma preocupação mundial”.

A estreia da vela brasileira em Tóquio 2020 será no domingo (25), com o bicampeão olímpico Robert Scheidt na Laser e Patrícia Freitas na RS:X. No dia 27, começam as regatas de 49er, 49erFX e Finn. No dia 28 é a vez das duplas d0 470 masculina e feminina, além da mista NACRA 17.

”Eu chego muito feliz em competir. Estou empolgada para fazer minha sexta participação em Jogos e mais uma com a Ana. É uma vida dedicada à vela! Sigo determinada e com muita paixão e isso move o esporte”, contou Fernanda Oliveira, que fez história e, Pequim 2008 ao lado de Isabel Swan levando a primeira medalha feminina em Olimpíadas.

Time brasileiro em Tóquio 2020

O Brasil está representado na vela em oitos com 13 atletas ao todo. O maior nome da equipe é Robert Scheidt, maior medalhista olímpico da história do País nos Jogos. A equipe conta também com as atuais campeãs olímpicas de 49erFx, Martine Grael e Kahena Kunze. Na versão masculina estão Marco Grael e Gabriel Borges.

Outra medalhista olímpica do time é Fernanda Oliveira, que mais uma vez terá como parceira na 470 a Ana Barbachan. A dupla masculina de 470 é formada por Henrique Haddad e Bruno Benthlem. Na RS:X, a atleta Patrícia Freitas está no time. No Finn, Jorge Zarif ficou com a vaga, assim como a dupla de NACRA Samuel Albrecht e Gabriela Nicolino.
Na Rio 2016, a equipe teve resultados expressivos como o ouro na 49erFX de Martine Grael e Kahena Kunze e dois quarto lugares com Jorge Zarif (FINN) e Robert Scheidt (Laser), que é o maior medalhista olímpico do País com cinco pódios ao lado ao lado do também velejador Torben Grael.

”A expectativa nossa é manter a tradição de trazer medalha! Estamos aqui com oito equipes e todos possuem chance de chegar na regata final! Eu tenho muita confiança nessa equipe de jovens e mais experientes. Foi difícil fazer eventos por conta do fechamento da fronteira. Mas acredito que mesmo assim todos atletas estão muito bem preparados”, explicou Torben Grael, que é o chefe da equipe de vela.

Torben Grael está em sua oitava edição olímpica, competindo seis vezes – com cinco medalhas – e agora duas como treinador e chefe de equipe.

Raia de Enoshima

Enoshima é uma pequena ilha costeira, com cerca de 4 km de circunferência, na foz do rio Katase que deságua na Baía de Sagami na província de Kanagawa, Japão. Administrativamente, Enoshima faz parte da cidade continental de Fujisawa e está ligada à seção Katase dessa cidade por uma ponte de 389 metros de comprimento.

O Enoshima Yacht Harbor foi construído para uso nos Jogos de 1964, tornando-o mais um local do legado olímpico. Este local é o primeiro porto do Japão capaz de sediar competições de esportes aquáticos.

Os velejadores brasileiros esperam condições de vento e corrente um pouco mais difíceis de prever do que na Rio 2016. ”Terá muita variação. Nossa regata começa dia 27, então pode ter muita mudança. Até o momento, aqui está muito calor e com humidade. Mas estamos preparadas para os ventos. As correntes aqui são bem fundas e rápidas, mas acredito que não será tão forte quanto a do Rio”, disse Kahena Kunze.

Equipe Brasileira de Vela e seus clubes

470 Masculino: Henrique Haddad | Bruno Betlhem ICRJ / RJ

470 feminino: Fernanda Oliveira | Ana Barbachan | CDJ / RS

RS: X feminino: Patrícia Freitas | ICRJ / RJ

Finn: Jorge Zariff | ICRJ/ RJ

Nacra 17 Misto: Samuel Albrecht | Gabriela Nicolino | VDS – ICRJ / RS – RJ

Laser Standard: Robert Scheidt | YCSA / SP

49er FX: Martine Grael | Kahena Kunze | RYC – ICRJ / RJ

49er: Marco Grael | Gabriel Borges | RYC – ICRJ / RJ

Como acompanhar a vela em Tóquio? 

As competições de vela nos Jogos Olímpicos possuem entre 10 e 12 regatas, variando conforme a classe em disputa. Os 10 melhores de cada classe disputam uma regata extra, a medal race, que oferece uma pontuação dobrada aos atletas.

Diferente de grande parte das modalidades olímpicas, a vela possui um sistema de pontuação invertido: o campeão é aquele que acumular menos pontos durante a competição. Quanto melhor colocado na regata, menos pontos um atleta ou uma equipe soma.

O vencedor será o velejador que, ao fim de todas as regatas, tiver acumulado menos pontos. Todos os competidores podem descartar o pior resultado na fase inicial das regatas. O percurso das regatas é definido pela organização, que forma uma linha imaginária com dois barcos para definir o ponto de largada e o de chegada.

Contornando as boias utilizadas para demarcar o percurso, os veleiros saem contra e voltam a favor do vento. As regatas podem ser adiadas e até mesmo canceladas pela falta de vento. Todas as embarcações de uma mesma classe devem ter dimensões idênticas. Dessa forma, o resultado é determinado exclusivamente pelo talento e estratégia dos velejadores.

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